CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS SOCIAIS

26 de jul. de 2011

TERRORISTA NORUEGUÊS EM UM DE SEUS MANIFESTOS AFIRMA QUE O BRASIL É UM EXEMPLO CATASTRÓFICO DE MISCIGENAÇÃO QUE NÃO DEVE SER SEGUIDO...

Em seu manifesto de 1.518 páginas divulgado na Internet, o atirador norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, citou o Brasil como um "catastrófico" exemplo de miscigenação que não deve ser seguido.
No texto "A European Declaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083, na tradução livre), Brejvik defende que os conservadores europeus se unam através de uma combinação de "luta armada e democracia" para combater o avanço da miscigenação nos próximos 70 anos. Caso contrário, o continente seguiria um modelo de "bastardização, muito similar ao do Brasil".
Segundo Brejvik, a miscigenação cultural brasileira resultou em uma falta de coesão nacional, o que teria tornado o País "permanentemente disfuncional" e seria responsável pelos altos índices de corrupção, falta de produtividade e eterna disputa entre "culturas conflitantes". O manifesto também afirma que o Brasil jamais poderá alcançar um grau de coesão social e harmonia similar aos dos países escandinavos, da Alemanha, do Japão e da Coreia do Sul.
No manifesto, Brejvik conclui que se a Europa adotasse uma abordagem similar ao Brasil em termos de miscigenação, o resultado seria "devastador" e contribuiria para o "genocídio" e "aniquilação" do que ele chama de "povos indígenas nórdicos". O atirador ainda afirma que o resultado só seria pior se o "Islã fosse adicionado à mistura".
Anti-comunista e de extrema-direita assumido, Brejvik diz que a miscigenação brasileira é um resultado da "Revolução Marxista" e também afirma que os marxistas europeus que defendem a mistura de raças devem ser confrontados.
O manifesto ainda cita o acidente com Césio-137 em Goiânia, o golpe militar de 1964, que ele afirma ter contado com a intervenção americana, e a proclamação da República em 1889. No total, o Brasil foi citado 12 vezes durante o texto.
Fonte: Terra Notíciais
Comentários: Como se corrupção não existisse em outros Países inclusive nos Países Nórdicos... Basta ler as estatísticas mundiais para ver que nos Países nórdicos também estão aumentando os índices de aborto, gravidez entre adolescentes, crimes violentos, overdoses fatais, estupros, roubos e máfias agindo em rede com máfias de outros Páises (máfia russa, etc). Isto sem falar que antes do assassino cometer os crimes contratou duas prostitutas para um banquete regado a vinho, chocolates, etc. E o seu advogado, compatriotas políticos e de sociedades secretas ainda querem livrar o belíssimo "ariano nórdico" de ser penalizado alegando que ele está louco!!!!...

23 de jul. de 2011

TERRORISMO DE EXTREMA DIREITA ATACA NA NORUEGA

O norueguês acusado de matar pelo menos 92 pessoas é um ex-membro de um partido populista antiimigração que escreveu em blogs atacando o multiculturalismo e o islamismo.
O suspeito, detido depois de 85 pessoas terem sido mortas a tiros em um acampamento de jovens e outras 7 terem morrido em um ataque a bomba na sexta-feira, foi identificado pela mídia norueguesa como Anders Behring Breivik.
Publicações na Internet com o nome de Breivik contêm críticas às políticas europeias de tentar acomodar as culturas de diferentes grupos étnicos, e reivindicam que uma minoria significativa de jovens muçulmanos britânicos apoiam a militância islâmica radical.
"Quando o multiculturalismo deixará de ser uma ideologia projetada para desconstruir a cultura europeia, as tradições, a identidade e os Estados-nação?" disse um texto, publicado em 2 de fevereiro de 2010 no site de direita www.document.no.
"De acordo com dois estudos, 13 por cento dos jovens muçulmanos britânicos com idade entre 15 e 25 dão apoio à ideologia da Al Qaeda", disse outra entrada datada de 16 de fevereiro do ano passado.
A polícia revistou um apartamento em um subúrbio de Oslo na sexta-feira, mas os vizinhos disseram que a casa pertencia à mãe de Breivik, a quem descreveram como uma simpática senhora.
O vice-chefe de polícia, Roger Andresen, não quis especular sobre os motivos para o que pode ser o mais mortífero ataque de um atirador solitário em qualquer lugar nos tempos modernos. Mas ele disse que o homem sob custódia havia descrito a si mesmo em sua página no Facebook como inclinado ao cristianismo de direita
O principal suspeito de ter cometido o duplo atentado na sexta-feira na Noruega que matou 92 pessoas, foi membro do partido Progressista (FrP, da direita populista) e de seu movimento jovem. O homem era também membro de um fórum neonazista sueco na internet, informou um grupo de acompanhamento das atividades de extrema direita da região. "Entristece-me bastante saber que esta pessoa foi membro de nosso partido", lamentou Siv Jensen, presidente do FrP, em um comunicado neste sábado.
A legenda informou que o suspeito, identificado como Anders Behring pela imprensa norueguesa, se afiliou em 1999 e saiu da lista de membros em 2006. Ele também foi o responsável local do movimento juvenil do FrP entre 2002 e 2004, acrescentou o partido. As informações foram confirmadas pela legenda depois que o canal de televisão TV2 divulgou que o suspeito pertencia à extrema direita norueguesa.
A polícia o descreveu como um "fundamentalista cristão" de direita, hostil ao islamismo. De acordo com Mikel Ekman, investigador da Fundação Expo, com base em Estocolmo, que policia os grupos de extrema direita, o suspeito criou um perfil em 2009 sob um pseudônimo que pode ser rastreado para seu endereço de e-mail em um fórum neonazista sueco. Ekman disse que não é possível determinar quando o suspeito participou pela última vez do fórum, chamado Nordisk. Fundado em 2007, o grupo conta com 22 mil membros na região
O homem preso por causa dos ataques na Noruega, Anders Behring Breivik, se descreve como um"nacionalista", segundo a polícia. No sentido mais puro da palavra, ele não está sozinho. Neste dia de luto, os noruegueses estão unidos sob a bandeira nacional, jurando permanecer firmes contra o terror. Entretanto, o suspeito não parece ser um simples nacionalista, mas sim um extremista de direita do tipo que as polícias do Ocidente vem temendo há tempos.
Segundo o jornal norueguês Aftenposten o medo é aumentado pela mistura potencialmente explosiva de recessão econômica, aumento do racismo e um sentimento anti-islâmico ainda mais forte. A polícia norueguesa notou um leve aumento da atividade de grupos extremistas de direita no ano passado e previu que ela continuaria a crescer este ano. Mas sugeriu também que o movimento seria fraco, sem um líder e tinha pouco potencial de crescimento.
Embora membros do movimento de extrema direita norueguês tenham cometido ataques no passado, eles são historicamente uma comunidade pequena, segundo grupos que monitoram a atuação de neonazistas.
O escritor sueco falecido Stieg Larsson era um destes especialistas. Na década de 1990 ele criou a publicação anti-racista Expo, após o aumento da violência causada por tais grupos. Entrevistado para um documentário que eu fazia à época, ele me disse que a Suécia era o maior produtor da chamada música White Power e outros instrumentos de propaganda racial, com um movimento neonazista crescente e violento.
Por outro lado, os neonazistas noruegueses eram desorganizados e caóticos, disse ele, citando o exemplo de encontros organizados pela extrema direita sueca, que contaram com uma pequena presença de visitantes noruegueses. Os suecos eram articulados, organizados e bem vestidos, disse ele. Já os noruegueses vinham de ônibus, bebendo e chegavam incoerentes e mal-vestidos.
Desde então, grupos de extremistas de direita noruegueses parecem ter criado laços com a comunidade de criminosos, assim como grupos similares no exterior, na Europa, Rússia e EUA. A Suécia, ao contrário, viu uma grande diminuição da atividade extremista desde seu auge em meados dos anos 90, quando seus jornais publicaram fotos de todos os neonazistas conhecidos do país. Mas, ao mesmo tempo, a Expo relata como a repulsa mostrada pelos suecos nos anos 90 vem se transformando cada vez mais em curiosidade sobre a suavizada retórica da extrema direita.
Sentimentos parecidos tem aflorado na Noruega, onde políticos discutem abertamente preocupações sobre como a cultura do país seria diluída pela imigração vinda de países com valores e religiões diferentes. Mas após os ataques em Oslo e Utoya, será interessante observar se muitos no país vão desenvolver uma visão mais sofisticada a respeito de onde vêm as maiores ameaças, em meio ao entendimento de que o extremismo pode ser mortal, independente de nacionalidade, etnia ou religião.
Um vídeo que contém violentas proclamações contra o islã, o marxismo e o multiculturalismo e que os meios noruegueses atribuíram ao autor dos atentados de sexta-feira em Oslo foi publicado no Youtube na sexta-feira e retirado em seguida pelo próprio site. Interrogada, a polícia da capital norueguesa não realizou comentário algum sobre esta informação.
No vídeo, de 12 minutos, que alterna homenagens às cruzadas da Idade Média, textos anticomunistas e violentos ataques contra o Islã, o suspeito do atentado perpetrado na sexta-feira, Anders Behring Breiving, aparece em três fotografias diferentes, em uma delas posando com um fuzil de assalto. O vídeo, que é basicamente um conjunto de imagens fixas, descreve o islã como "a principal ideologia genocida".
"Antes de iniciarmos nossa Cruzada, devemos cumprir com nossa obrigação e dizimar o marxismo cultural", diz o vídeo publicado por um usuário chamado "BerwickAndrew". O vídeo está dividido em quatro capítulos "O auge do marxismo cultural", "A colonização islâmica", "A esperança" e "A renovação".
Segundo o jornal norueguês Dagbladet, este vídeo resume um "manifesto" de 1.500 páginas escrito por Anders Behring Breiving. Os atentados de Oslo, que causaram ao menos 92 mortes, tiveram como alvo os símbolos da esquerda: a sede do governo de centro-esquerda norueguês e um acampamento de jovens do Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Jens Stoltenberg.
O homem detido pelos ataques em Oslo, Anders Behring Breivik, disse neste sábado que as ações na Noruega eram necessárias, segundo informou o advogado Geir Lippestad ao canal NRK. O atirador "explicou que foi cruel, mas que era preciso realizar estas ações", que, "evidentemente, foram planejadas há muito tempo".
Behring Breivik, 32 anos, admitiu ter participado das ações que causaram a morte de pelo menos 92 pessoas em dois ataques na sexta-feira na capital norueguesa.
Fonte: Terra Notícias

Comentário: Pelo que me consta, o verdadeiro Cristianismo não ensina as pessoas a sairem por aí atirando em outras pessoas, a colocar bombas em locais públicos e nem prega e estimula os preconceitos étnicos e raciais. Ideologias políticas e culturais travestidas de religião até hoje têm sido um dos maiores problemas enfrentados pelas culturas e civilizações no mundo, principalmente em épocas de crises sistêmicas (sócioeconômicas, políticas e ambientais)...

22 de jul. de 2011

EX-PRESIDENTES BRASILEIROS (FHC E LULA) LANÇAM SITES

Bom Dia, Leitores(as):
O Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso lançou recentemente um site apartidário (Observador Político) cuja proposta consiste em ser um espaço de caráter apartidário e politicamente independente.
O Ex-presidente Lula também lançou recentemente um site para divulgação do seu Instituto (Instituto Cidadania/Lula) e atividades políticas.
Você pode acessar o site Observador Político de FHC pelo link http://www.observadorpolitico.org.br/ ou então direto por este blog, pois o Observador Político foi anexado ao lado em Minha Lista de Blogs e Sites.
Você também pode acessar o site do Instituto Cidadania/Lula pelo link http://www.icidadania.org/ ou então direto por este blog, em HOMEPAGES-Entidades de Categorias Profissionais de Sociólogos(as), etc.

4 de jul. de 2011

CRESCE A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA AS MULHERES NO MUNDO

LÍBIA:

Um grupo de quatro médicos líbios e um advogada lançou um programa para ajudar as mulheres supostamente violentadas por tropas leais ao regime de Muammar Kadafi e tentar acabar com o estigma das vítimas na conservadora sociedade líbia.

"Não é culpa sua" ou "Uma mulher violentada é tão heroica como nossos combatentes" são alguns dos lemas que os fundadores do projeto começaram a utilizar para pôr fim ao tabu dos estupros que, em muitos casos, marginaliza as vítimas ou as condena a renunciar para sempre à possibilidade de se casar.

"Estamos oferecendo linhas de telefone para contato e confidencialidade para poder falar com as mulheres. Queremos que elas se sintam seguras", afirmou à Agência Efe a advogada Hana al Galal, doutora em direito internacional e uma das fundadoras da iniciativa.

Por enquanto o grupo está na primeira fase de ações, tentando registrar o número de casos em zonas como as de Tobruk, Misrata ou as montanhas ocidentais, onde continuam os confrontos, para depois poder abordar melhor o tratamento de cada caso.

Além disso, os iniciadores deste projeto, subsidiado pelo Ministério da Saúde do Conselho Nacional Transitório líbio (CNT), principal órgão dos rebeldes, não descartam coletar os depoimentos para apresentá-los posteriormente ao Tribunal Penal Internacional (TPI), como disse Galal.

O estupro, em muitas sociedades islâmicas, não só representa uma vergonha e humilhação para as vítimas como se transforma em uma desonra para muitas famílias. Em alguns casos, as vítimas podem chegar a ser assassinadas por algum de seus parentes para, supostamente, recuperar a honra perdida. Uma razão a mais para que estes crimes não sejam denunciados.

Na Líbia, com a explosão do conflito armado, a situação pareceu ter piorado, e alguns médicos da cidade de Ajdabiya, no leste do país, denunciaram ter encontrado preservativos e comprimidos de estimulantes sexuais nos bolsos dos combatentes de Kadafi, o que alguns interpretaram como um plano organizado para realizar ações de estupro.

"Quem pode fazer algo assim? Isso é um crime de guerra. Quem ordena violentar seu próprio povo?", questiona-se o médico Jalifa Ramadán, que retornou do Reino Unido, onde trabalhava, para participar do programa.

O primeiro caso público de abusos sexuais supostamente cometidos por membros de brigadas pró-Kadafi foi revelado em 26 de março, quando a jovem Eman al Obaidi entrou no hotel Rixos, em Trípoli, onde se hospedava a imprensa internacional, para denunciar que tinha sido violentada e golpeada por dois dias por 15 militares.

Este ato despertou a fúria dos líbios de Benghazi, segunda maior cidade do país e principal reduto dos rebeldes, que se manifestaram para mostrar sua condenação pelo ocorrido e sua solidariedade a Obaidi. O próprio presidente do CNT, Mustafa Abdeljalil, referiu-se a ela como um valente heroína por ter revelado em público o caso.

O programa, que já se estendeu por várias cidades sob controle rebelde, inclui ginecologistas e psicólogos que tentam ajudar as pacientes a superar o trauma e, em alguns casos, a aceitar o filho que nascerá como consequência do estupro.

"Temos uma equipe em Tobruk, outra em Misrata e mais pessoas com os refugiados líbios na Tunísia. Queremos ajudar o maior número possível de mulheres", ressaltou Galal.

A advogada, que se mostra consciente de que a verba recebida do CNT é baixa e que comida e combustível são prioridades mais urgentes nestes momentos, sustenta que manterá sua missão seja como for.

"Se necessário, pagarei do meu próprio bolso. Nosso objetivo é ajudar o máximo de mulheres possível. O dinheiro virá depois", ressaltou.

ÁFRICA DO SUL

Uma onda de casos de estupro e assassinatos cometidos por homens contra mulheres homossexuais, aparentemente com o objetivo de "corrigir" suas orientações sexuais, está assustando a África do Sul.

Segundo estimativas, pelo menos 31 mulheres já morreram no país vítimas desse tipo de ataque nos últimos dez anos.

Mais de dez homossexuais mulheres são estupradas - por indivíduos ou coletivamente - por semana apenas na Cidade do Cabo (sul do país), segundo a Luleki Sizwe, uma organização de apoio a vítimas de violência sexual.

Muitos outros casos não são relatados ou porque as vítimas têm medo que a polícia as ridicularize ou que seus agressores voltem a procurá-las, explicou Ndumie Funda, fundadora da Luleki Sizwe.

"Os casos reportados pela imprensa não são nem a ponta do iceberg. Lésbicas têm sido atacadas em municípios sul-africanos diariamente", disse.

Vítimas

Noxolo Nkosana, 23 anos, da Cidade do Cabo, foi vítima recentemente desse tipo de agressão. Certa noite, quando retornava para casa com sua namorada, ela foi esfaqueada por dois homens - um deles morador da mesma comunidade que ela.

"Eles estavam andando atrás de nós. Começaram a me xingar e a gritar: 'Ei, sua lésbica, vamos te mostrar'", relatou Nkosana à BBC. Antes que pudesse reagir, ela foi atacada com uma faca em suas costas - dois golpes rápidos, que a derrubaram. Semiconsciente, sentiu mais duas facadas. "Tinha certeza de que eles iam me matar."

Em abril, Noxolo Nogwaza foi estuprada por oito homens e morta no município de KwaThema, perto de Johanesburgo. Sua face e sua cabeça ficaram desfiguradas por conta das pedradas que recebeu. Ela foi atacada também com pedaços de vidro.

Em 2008, um outro caso teve forte repercussão. A ex-jogadora de futebol e ativista dos direitos homossexuais Eudy Simelane foi estuprada por uma gangue e esfaqueada 25 vezes no rosto, no tórax e nas pernas. Dois dos acusados foram condenados pela Justiça, e outros dois foram absolvidos.

Relatos de vítimas que foram ridicularizadas por policiais também são constantemente relatados pela comunidade gay do país. "Alguns policiais dizem: ''Como você pode ser estuprada por um homem se não se sente atraída por eles?'' Eles pedem que você explique como se sentiu ao ser violentada. É humilhante", contou Thando Sibiya, homossexual da comunidade de Soweto, em Johanesburgo.

Ela disse também conhecer duas pessoas que denunciaram terem sido estupradas à polícia, mas desistiram do caso por terem sido maltratadas pelas autoridades.

"Não-africano"

Para alguns, a origem do problema está nos bolsões conservadores da sociedade africana que não aceitam a homossexualidade, em especial entre mulheres.

"As sociedades africanas ainda são patriarcais. Ensinam às mulheres que elas devem se casar com homens, e qualquer coisa que escape disso é vista como errada", declarou Lesego Tlhwale, do grupo de defesa dos direitos dos homossexuais africano Behind the Mask.

"O casamento entre duas mulheres é visto como algo não-africano. Alguns homens se sentem ameaçados por isso e tentam ''consertar'' (a situação)." Ela notou que as mulheres que foram mortas nos ataques recentes são descritas como masculinizadas.

"(Os agressores) dizem que elas estão roubando suas namoradas. É um senso distorcido de posse e uma necessidade de proteger sua masculinidade."

A África do Sul é o único país do continente - e um de apenas dez no mundo - que legalizou o casamento homossexual. A Constituição proíbe especificamente qualquer tipo de discriminação por orientação sexual. Mas, na prática, o preconceito permanece comum.

Nas ruas de Johanesburgo, é fácil encontrar homens que apoiem a ideia do "estupro corretivo". "É como se (as lésbicas) estivessem dizendo a nós, homens, que não somos bons o suficiente", opinou Thulani Bhenu à BBC.

Registros

Pouquíssimos casos de agressões contra lésbicas resultaram em condenações judiciais. Ninguém sabe ao certo quantos dos 50 mil casos de estupro reportados anualmente na África do Sul são cometidos contra homossexuais, já que a orientação sexual das vítimas não é registrada.

Mas, após a morte de Nogwaza - e de um abaixo-assinado com 170 mil assinaturas de todo o mundo pedindo o fim dos "estupros corretivos" - o Departamento de Justiça local começou a montar uma equipe cuja missão é desenvolver uma estratégia de combate a crime homofóbicos.

Também está em debate a adoção de penas mais duras para casos em que a orientação sexual da vítima seja um fator determinante no crime. Noxolo Nkosana teme ser atacada novamente, mas se recusa "a voltar para o armário", ou seja, de fingir que é heterossexual.

"Fizeram de mim uma vítima em meu próprio bairro, mas não vou deixar que eles vençam", disse. "Não podem impedir que eu seja quem eu sou." Lesego Tlhwale, do grupo Behind the Mask, diz que as homossexuais estão, em geral, bastante preocupadas. "Estamos observando um aumento nos ataques contra lésbicas nos meses recentes. Todas estão com medo de ser a próxima vítima."

REPÚBLICA DO CONGO

Tropas sob comando de um ex-combatente rebelde da República Democrática do Congo (RDC) estupraram 248 mulheres entre 10 e 13 de junho, segundo um cálculo da AFP baseado em informações de fontes médicas da província de Kivu do Sul (leste).

Um porta-voz da ONU confirmou nesta sexta-feira que 121 mulheres foram estupradas apenas na localidade de Nakiele, como afirmou o médico do hospital à AFP.

Segundo o chefe do povoado de Nakiele, Losema Etamo Ngoma, entrevistado pela AFP, 150 soldados armados dirigidos pelo coronel Niragire Kulimushi, ou "Kifaru", cometeram estes estupros, assim como saques.

O coronel Vianney Kazarama, porta-voz das força armadas da RDC (FARDC) em Kivu do Sul, negou que o coronel Kifaru estivesse envolvido nos estupros.

Kifaru é um ex-membro da milícia opositora Mai Mai que se incorporou ao exército nacional.

Fonte: Terra Notícias