CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS SOCIAIS

26 de mar. de 2017

PARA REFLETIR...


Patrimonialismo

Política

O conceito de Patrimonialismo é muito importante para se compreender determinados fenômenos que ocorreram em Países como o Brasil.
  • O que é o patrimonialismo?
Patrimonialismo é um conceito desenvolvido pelo Sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), no fim do século XIX, e aplicável tanto à disciplina de História quanto à Sociologia. Esse conceito tem o objetivo de compreender um modo específico de dominação, ou de poder, que atinge as esferas econômica e sociopolítica.
Como o próprio termo indica, patrimonialismo deriva das palavras patrimônio e patrimonial e pode ser definido como uma concepção de poder em que as esferas pública e privada confundem-se e, muitas vezes, tornam-se quase indistintas. Assim sendo, um líder político é qualificado como patrimonialista quando, ao assumir um cargo na esfera pública (o de governador, por exemplo), acaba “instrumentalizando”, isto é, criando mecanismos de controle, a estrutura estatal para satisfazer as suas necessidades pessoais, ou seja, privadas.
  • Nepotismo e personalismo político
Nesse sentido, é frequente no patrimonialismo o aparecimento de fenômenos sociopolíticos como o nepotismo (palavra que vem do latim nepos e que quer dizer descendente). A prática do nepotismo consiste em familiares de um determinado detentor de cargo público (prefeito, deputado, presidente etc.) serem beneficiado por ele, que lhes emprega, valendo-se da influência que tem, em cargos públicos auxiliares: assessoria, secretaria etc. O Estado, nesse sentido, é compreendido como uma extensão do foro privado de quem ocupa um posto político.
O Estado encarado como patrimônio, segundo Weber (e outros autores da mesma linha), é um obstáculo à eficiência da máquina pública, já que a racionalidade impessoal (sem interferência de assuntos privados) que qualifica o Estado nos moldes do liberalismo do século XIX não pode ser exercida. No Estado em que não há impessoalidade, os interesses públicos são sempre prejudicados em favor dos interesses privados. Nesse sentido, é comum que, somado à falta de impessoalidade, esteja o personalismo político. O que isso significa? O personalismo político é uma espécie de rede de relações público-privadas nas quais prevalecem os “arranjos” pessoais, como o “apadrinhamento” e o “conchavo” para se conseguir aprovações de leis em casas legislativas ou, no âmbito econômico, a aprovação de licitações públicas para determinadas empresas etc.
  • Paternalismo político
Outro fenômeno sociopolítico relacionado com o patrimonialismo é o paternalismo político, isto é, a adesão da massa de governados à figura carismática de determinado líder político. O líder apresenta-se como “pai” (daí a expressão paternalismo), como chefe e guia da massa. Esse tipo de liderança coloca em risco a legitimidade política do Estado, já que o líder carismático pode valer-se de sua imagem para agir acima da lei ou mesmo transformar o edifício jurídico para que ele seja favorecido. A expressão “salvador da pátria” ajudar a ilustrar bem o paternalismo político.
  • O patrimonialismo no Brasil
No caso do Brasil, o patrimonialismo foi estudado por vários pensadores importantes, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Raymundo Faoro, Florestan Fernandes, Victor Nunes Leal, José Oswaldo de Meira Penna e Paulo Mercadante. Destes, aquele que mais se ateve às definições sociológicas de Weber e que procurou aplicá-las à realidade histórica brasileira foi Raymundo Faoro, cuja obra “Os Donos do Poder – Formação do patronato político brasileiro” é um clássico. No geral, Faoro e esses outros autores procuram explicar as raízes históricas, sobretudo herdadas de Portugal, do patrimonialismo no Brasil.
Desde a formação dos primeiros clãs rurais de colonos no século XVI, em terras brasileiras, os domínios privados (latifúndios, sobretudo) formavam também um núcleo de ação política. Grande parte da autoridade local nas vastas províncias do território brasileiro era administrada e até policiada por milícias vinculadas aos senhores das terras (de forma semelhante ao que ocorria no sistema feudal). O poder local e personalista teve grande influência na formação do Brasil e resistiu por muito tempo (e ainda hoje resiste) à centralização política do Estado e à impessoalidade que este exige.
Um dos fenômenos mais explicitamente patrimonialistas da história política brasileira foi o do coronelismo durante a República Velha. O “coronel” era o típico líder paternalista que, ocupando o cargo de governador ou de prefeito, transformava o seu domínio de atuação política em uma extensão de sua casa ou de sua fazenda.

Fonte: FERNANDES, Cláudio. "Patrimonialismo"; Brasil Escola. Disponível em  Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/politica/patrimonialismo.htm

14 de mar. de 2017

PARA REFLETIR...



Como será erguida 'barreira intransponível' na fronteira entre EUA e México?
  • 26 janeiro 2017
Direito de imagem Getty Images Image caption Trump afirma que o custo total do muro seria algo entre US$ 10 e US$ 12 bilhões
O presidente americano, Donald Trump, assinou na quarta-feira uma ordem executiva para que seja construída uma "barreira física intransponível" ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México.
Ele disse que contratará 10 mil agentes de imigração para ajudar a intensificar a patrulha na fronteira.
"UMA NAÇÃO SEM FRONTEIRAS NÃO É UMA NAÇÃO. HOJE OS ESTADOS UNIDOS COMEÇAM A RETOMAR O CONTROLE DE SUAS FRONTEIRAS", AFIRMOU.
Erguer esse muro foi uma das principais promessas da campanha eleitoral de Trump. Mas o que se sabe até agora sobre as questões logísticas envolvendo a construção?
A fronteira entre os dois países tem mais de 3 mil quilômetros de extensão e atravessa todo o tipo de relevo, desde um deserto empoeirado até o terreno acidentado ao longo do Rio Grande.
Já há cerca de 1 mil quilômetros de muros e cercas de concreto e outros tipos de barreiras erguidos, de forma descontínua, ao longo da fronteira.
Na campanha, Trump disse que o "novo" muro cobrirá 1,6 mil quilômetros e obstáculos naturais cuidarão do restante. Não está claro se ele aproveitará as barreiras já erguidas e se o novo muro também será construído nesses trechos.
Durante a campanha, ele defendeu a construção do muro dizendo que este seria "melhor e muito mais poderoso do que uma cerca".
Após a eleição, porém, ele disse que o muro poderia ser substituído por cercas em algumas partes.
Direito de imagem Getty Images Image caption O muro teria de atravessar a vegetação que cerca o Rio Grande
Concreto seria a opção mais óbvia para a construção. O engenheiro Ali F. Rhuzkan, especializado em estruturas, estimou, em um artigo para a publicação National Memo, que um muro de cerca 3 mil quilômetros - como parecia ser o plano original de Trump - precisaria de 950 milhões de metros cúbicos de concreto (o equivalente ao volume de água de 380 mil piscinas olímpicas).
O cálculo de Rhuzkan foi baseado em um muro que iria 1,5 metro abaixo da superfície e 6 metros para cima. Em entrevistas passadas, Trump disse que o muro teria 9 metros, em outra ocasião disse que teria 16.
A imensa quantidade de concreto necessária, de acordo com o engenheiro, teria de ser feita em forma de placas produzidas em fábricas nas proximidades da fronteira e transportadas para o local da construção. Assim, ele lembra que os custos de produção, transporte e funcionários também precisam entrar na conta.
Trump afirma que o custo total do muro estaria entre US$ 10 e US$ 12 bilhões (entre R$ 32 e 38 bilhões). Mas estimativas feitas por engenheiros parecem ser bem mais altas.
Os cerca de mil quilômetros de cerca já construída custaram ao governo mais de US$ 7 bilhões - e nenhuma parte dessa estrutura pode ser definida como alta, forte, poderosa e tampouco "intransponível".
E há outras razões pelas quais os valores gastos podem ser maiores: se determinar que o muro passe por áreas remotas e montanhosas, o custo pode crescer substancialmente.
Além disso, a barreira atravessaria áreas de propriedade privadas, acarretando custos para desapropriá-las.
Um levantamento para o jornal Washington Post calcula que o custo total sairia em US$ 25 bilhões.
Com quem ficará a conta?
Em uma entrevista veiculada na quarta-feira pela rede americana ABC, o presidente reafirmou que os EUA inicialmente financiariam o muro e que o México reembolsaria os Estados Unidos - sem especificar como.
"O que estou fazendo é bom para os EUA. E também será bom para o México. Queremos um México estável e sólido", disse ele.
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, reiterou que seu país não vai pagar.
Direito de imagem Getty Images Image caption O presidente americano afirmou que o México vai pagar os EUA pela construção do muro
Até o momento não está claro como o governo americano faria o México pagar. Trump afirmou que o pagamento pode ser recebido por meio da renegociação de um acordo comercial entre os dois países.
Na campanha, ele sugeriu que outra maneira seria impedir imigrantes em situação ilegal de enviar dinheiro para seus familiares no México, usando a legislação antiterrorismo.
Questionado se seria mesmo possível usar esse tipo de lei para obrigar o México a financiar o muro, Trump também citou outras opções, como elevar as taxas de pedidos de visto, cobrar mais para se atravessar legalmente a fronteira e implementar tarifas comerciais nas transações com o país vizinho.
Meio ambiente
A construção do muro também poderia afetar a vida animal na região. A fronteira é um ecossistema delicado pelo qual transitam animais e pássaros migrando do norte para o sul da América.
Algumas espécies precisam cruzar a fronteira para se acasalar, entre elas, espécies ameaçadas de ursos e jaguares.
E animais também são suscetíveis a qualquer fronteira artificial, tanto muros como estradas, ferrovias e todo tipo de infraestrutura construída pelo homem.
"A infraestrutura de fronteira não apenas bloqueia o movimento da vida selvagem, como destrói ou fragmenta habitats e a conexão que os animais usam para se movimentar de um lugar para outro", explicou à BBC Sergio Avila-Villegas, do Museu do Deserto de Sonora, em Tucson, no Arizona.
A construção também traria um aumento na atividade humana na região e a presença de máquinas pesadas, trabalhadores e lixo, causando impacto no ecossistema. 

(Comentário meu, Carmem: quem dera que o Brasil também tivesse este mesmo cuidado...), pois realmente "UMA NAÇÃO SEM FRONTEIRAS E QUE NÃO TOMA CONTA DEVIDAMENTE DE SUAS FRONTEIRAS NÃO É UMA NAÇÃO QUE SE RESPEITA A SI MESMA E NEM RESPEITA OS SEUS CIDADÃOS E NEM AGE DE FORMA ESTRATÉGICA PENSANDO NO SEU FUTURO"....

10 de mar. de 2017

PARA REFLETIR...


http://www.politicos.org.br/


Quanto ganha um Deputado Federal?

Câmara dos Deputados. Foto: Luis Macedo
Quanto ganha um deputado federal


Altos salários, auxílio-moradia, verba de gabinete… muitos são os benefícios garantidos a um parlamentar brasileiro. Você tem ideia de quanto tudo isso custa aos cofres públicos? O Politize! te explica tudo o que você precisa saber sobre os privilégios assegurados a quem ocupa o disputado cargo de deputado federal.


Quanto é o salário de um deputado federal?



Atualmente, cada deputado federal recebe um salário bruto de R$ 33.763,00, valor superior ao recebido pelo Presidente da República, pelo vice-presidente e pelos Ministros de Estado, que ganham R$ 30.934,70 mensais.
Essa quantia coloca os deputados federais brasileiros entre os parlamentares mais bem pagos do planeta. No ranking elaborado pela revista The Economist, o Brasil ocupa a quinta colocação entre 29 países citados. Nossos parlamentares são também os mais bem pagos da América Latina, seguido por Chile, Colômbia e México. A lista, contudo, considera apenas a renda base, sem levar em conta outros benefícios remunerados.
Mas o valor do rendimento mensal dos deputados federais pode estar prestes a mudar. Em novembro de 2016 a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a proposta que reduz o salário dos deputados federais e senadores para R$ 26.723,13, por tempo indeterminado. O texto agora segue para plenário e, se aprovado, será enviado à Câmara dos Deputados, onde também precisa ser aprovada para ter força de lei.
O pagamento do salário mensal é condicionado ao comparecimento do deputado às sessões deliberativas do Plenário e o registro nas votações realizadas. Assim, se um deputado federal não justifica ausência em uma votação, terá parte do seu salário descontado. Além disso, a ausência não justificada em ⅓ das sessões ordinárias de cada sessão legislativa pode acarretar perda de mandato.
As ausências são justificadas se o parlamentar estiver em missão oficial dentro ou fora do país, em casos de doença comprovada por atestado, licença maternidade e licença paternidade ou, ainda, falecimento de pessoa da família até o segundo grau civil e acidente.

Quais são os outros benefícios dos Deputados Federais?





quanto ganha um deputado federal

1) Auxílio-moradia e imóvel funcional



A Câmara dos Deputados possui 432 imóveis funcionais sob sua administração, concedidos aos deputados federais em efetivo exercício do mandato e a partir de alguns critérios pré-definidos, como idade e quantidade de moradores. Os portadores de necessidades especiais têm prioridade.
Segundo as regras, o imóvel é destinado exclusivamente à residência do deputado ocupante e seus familiares, sendo proibida a cessão ou transferência a terceiros. Além disso, o mesmo deputado não pode ocupar mais de uma unidade residencial.
Aos deputados federais que não conseguirem um dos imóveis funcionais disponíveis, é concedido um auxílio-moradia no valor de R$ 3.800,00. Os benefícios de moradia são destinados aos deputados que não possuem residência em Brasília. Entretanto, em 2014, o jornal Estado de Minas apurou que 19 parlamentares recebiam o benefício mesmo possuindo casas ou apartamentos na cidade.

2) Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap)



É um valor destinado para cobrir despesas relativas ao exercício do mandato, como passagens aéreas, serviços postais, manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar, hospedagem, combustível, contratação de serviços de segurança e consultoria, entre outros.
A cota funciona por meio de reembolso e seu valor depende do estado de origem de cada deputado, variando entre R$ 30 mil e R$ 45 mil. Isso porque leva em conta o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do estado pelo qual o deputado foi eleito. O saldo não utilizado pelo deputado em determinado mês acumula-se ao longo do exercício financeiro, ou seja, o período que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro, não sendo acumulada de um exercício financeiro para o seguinte.


3) Verba destinada à contratação de pessoal



É um valor de R$ 97 mil mensais, destinados à contratação de até 25 secretários parlamentares, cuja lotação pode ser no gabinete ou no estado de origem do deputado.

4) Despesas com saúde




O deputado federal tem direito a ressarcimento integral de todas as despesas hospitalares relativas a internação em qualquer hospital do país, caso não seja possível atendimento no serviço médico da Câmara.
Além disso, o deputado federal recebe também uma verba equivalente ao valor do seu salário no início e ao final do mandato, para compensar gastos com a mudança. Somados, o salário e os benefícios de cada deputado chegam a aproximadamente R$ 168,6 mil por mês. Juntos, os 513 deputados custam em média R$ 86 milhões ao mês, e a um custo anual de R$ 1 bilhão.
Nem todos os benefícios dos deputados federais são de natureza monetária. Uma das vantagens do cargo é o direito ao foro privilegiado, um mecanismo que garante ao deputado o direito de ter uma ação penal contra si julgada por tribunais superiores, e não pela justiça comum. Existem outras imunidades parlamentares, que você pode conferir aqui.
Quer aprender ainda mais? Confira então o que faz um deputado federal!
Se quiser reforçar o aprendizado deste conteúdo, assista ao seguinte vídeo:

https://youtu.be/hBpoqKVP-Pg

Fonte: http://www.politize.com.br/quanto-ganha-deputado-federal/

8 de mar. de 2017

PARA REFLETIR...



Precarização e intensificação do trabalho ampliam casos de LER/Dort

Publicação do Ministério da Saúde, LER/Dort: dilemas, polêmicas e dúvidas.

No Dia Internacional de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, pesquisadoras da Fundacentro alertam sobre processo produtivo adoecedor


Por ACS/C.R. em 28/02/2017


Em 28 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional de Combate às LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A data chama atenção para este adoecimento que atinge milhões de brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2013, 3.568.095 pessoas com mais de 18 anos declararam ter recebido diagnóstico médico de LER/Dort. Esse número corresponde a 2,29% da população estimada pela pesquisa.
Buscando contribuir para a reflexão sobre esse tema, a médica Maria Maeno, a psicóloga Daniela Tavares e a ergonomista Cristiane Queiroz produziram um artigo em que analisam a ocorrência das LER/Dort, os motivos desse adoecimento e ainda apresentam as estatísticas da PNS e dos Anuários Estatísticos da Previdência Social (AEPS), considerando as diferenças dessas bases de dados.
“Se tomarmos como referência a PNS, segundo a qual mais de 3,5 milhões de pessoas referiram que tinham tido diagnóstico médico de LER/Dort e o maior registro dessas afecções pela Previdência Social, de pouco mais de 145 mil em 2008, fica fortemente sugerida uma discrepância muito grande”, afirmam as pesquisadoras da Fundacentro.
“Embora em relação às LER/Dort não se tenha feito essa comparação por falta de dados na PNS sobre o ano de diagnóstico, os dados dos AEPS e os relatos de trabalhadores, suas entidades sindicais, profissionais de segurança e saúde no trabalho das empresas nos permitem afirmar que a subnotificação é significativa”, completam.
Os trabalhadores até conseguem o diagnóstico médico de tendinites e tenossinovites, por exemplo, mas a relação com o trabalho, na maioria das vezes, é omitida. “O Sistema Único de Saúde (SUS), cujos profissionais não têm vínculo com as empresas, poderia então, atuar de forma efetiva, como preconiza o protocolo do Ministério da Saúde. No entanto, sabotado pelos que veem na saúde um excelente meio de lucrar e sem um verdadeiro apoio da sociedade, o SUS não se constitui em uma rede potente de diagnóstico de doenças ocupacionais”, apontam.
Quando se encontram incapacitados para o trabalho, os trabalhadores são encaminhados, geralmente, sem a emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Intensificação do trabalho
As LER/Dort ganharam visibilidade nos anos 1990 a partir da integração de movimentos promovidos pelas entidades sindicais de trabalhadores e da produção de textos científicos sobre o tema. Nessa época, surgiram os primeiros protocolos dos então ministérios da Saúde e da Previdência Social.
Apesar das conquistas normativas, as transformações do mundo do trabalho levaram a terceirizações, intensificação e ritmo acelerado de trabalho. Os trabalhadores sofrem com metas inatingíveis, avaliações de desempenho com repercussões sobre a remuneração, humilhações, sensação de impotência e assédio moral. As consequências à saúde vêm dos desgastes físicos e psíquicos a que são submetidos os trabalhadores.
Neste cenário, os processos produtivos e de serviços que mantêm a exigência de movimentos repetitivos se destacam na ocorrência de LER/Dort. Linhas de montagem e embalagem, frigoríficos, bancos, teleatendimento, entre outros, geram desgaste e ocorrência de afecções musculoesqueléticas crônicas, incapacitantes e acompanhadas de sofrimento e transtornos psíquicos.
Mas a intensificação e a precarização do trabalho atingem todos os setores, inclusive o público. “No setor público, a diminuição de concursos e aumento de terceirizados, acompanhados pela invasão da lógica da gestão privada, impõe uma realidade na qual os trabalhadores enfrentam prescrições inexequíveis, uma máquina emperrada pela burocracia, um processo de avaliação de desempenho voltado a punições disciplinares e uma penalização salarial, sem que se reflita sobre a missão do poder público de garantir os direitos de cidadania conquistados na Constituição Federal”, alertam as autoras.
É fundamental para se prevenir esse tipo de adoecimento que se alterem os fundamentos da gestão e organização do trabalho. O trabalhador precisa ter autonomia e seus limites respeitados. Seria necessário trilhar um caminho inverso ao que se vem construindo, pensando também na construção de políticas públicas e na preservação dos direitos sociais.
“As reformas trabalhista e previdenciária, ora em questão no país, trazem apreensões para os segmentos sociais que se preocupam com o aprofundamento da precarização do mundo do trabalho, com a fragilização do arcabouço de proteção à saúde do trabalhador, e consequentemente com o provável aumento do número e gravidade dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho”, concluem as pesquisadoras da Fundacentro.
Leia o artigo na íntegra
Fonte:  http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2017/2/precarizacao-e-intensificacao-do-trabalho-ampliam-casos-de-lerdort

7 de mar. de 2017

RETIRANDO DO BAÚ-18...





“NÃO TEM PROBLEMAS PORQUE AO LEVANTARMOS A BANDEIRA DA REPÚBLICA COM OS DIVERSOS MOVIMENTOS LIBERTÁRIOS QUE FIZEMOS NOS FORAM SUBTRAÍDOS DE FORMA AUTORITÁRIA ALAGOAS, JUAZEIRO DA BAHIA,  ETC!

O IMPORTANTE É QUE NÓS PERNAMBUCANOS(AS) AO OLHARMOS PARA A HISTÓRIA DO BRASIL HÁ DUZENTOS ANOS PASSADOS VEMOS E SABEMOS QUE SOMOS PAIS E MÃES DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E ESTA REALIDADE, VERDADE E FATO HISTÓRICO NINGUÉM TOMA DE NÓS, PERNAMBUCANOS(AS)!”

Ass. Carmem...



A Capitania de Pernambuco abrangia os atuais estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Alagoas e o Oeste da Bahia. Pernambuco foi a capitania mais rica da América Portuguesa.


Pernambuco: Revoluções e perdas territoriais...


"A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem: a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las"...(Santo Agostinho).



O território é mais do que uma simples divisão administrativa. Na análise do território, os aspectos geológicos, geomorfológicos, hidrográficos e recursos naturais ficam em segundo plano, visto que sua abordagem privilegia as relações de poder estabelecidas no espaço. Sendo assim, através de relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo.

Pernambuco parece pequeno comparado a vários estados do Brasil. Todavia,  já foi bem maior, em território e em área de influência. A capitania, em seu auge territorial, abrangia os atuais estados federativos de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e a porção oeste do atual estado da Bahia, área até então conhecida como Comarca do São Francisco.

Entre 1630 e 1654, a então capitania tinha sido governada pelos holandeses. Os invasores foram expulsos pelos pernambucanos, que, em vez de proclamar independência, optaram por voltar a ser colônia de Portugal. Ao fazer isso, eles se sentiram bastante autônomos.

Os comerciantes estrangeiros que aportavam no Recife traziam um bocado de novas idéias. E algumas delas não combinavam em nada com a situação colonial: como os princípios de liberdade e igualdade que haviam inspirado a independência americana, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789.

Quando esses ideais se juntaram à indignação diante dos impostos, o caldeirão revolucionário começou a ferver. Entre 1817 e 1824, a província se manteve em estado de rebeldia constante, tornando-se uma pedra no sapato do rei português Dom João VI e, depois, do imperador brasileiro Dom Pedro I.

Em 1817, os pernambucanos ingressam no clima da Revolução Francesa, na Independência dos Estados Unidos e nas lutas pela emancipação da América Hispânica. A corte portuguesa estava estabelecida no Brasil, no Rio de Janeiro, e limita os poderes das províncias.

No mesmo ano a Revolução Pernambucana se iniciou, e durou 70 dias. A punição do Príncipe Regente D. João  aos revoltosos incluiu perdas de território da província. Pernambuco perdeu toda a área conhecida como Comarca de Alagoas. O decreto foi assinado em 16 de setembro de 1817.

Em março de 1824, D. Pedro I dissolve a Assembléia Constituinte e outorga a Constituição. As elites de Pernambuco contestam a legitimidade do ato. E em 2 de julho de 1824, os revoltosos  proclamaram a independência da província de Pernambuco, que convidou outras províncias para que se unissem a mesma e formassem a Confederação do Equador.  O país seria formado pelas províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Pernambuco. Não dura muito e, em setembro de 1824, a revolta é sufocada.
Pernambuco perde o território da Comarca do São Francisco, como punição ao desencadeamento do movimento separatista. D. Pedro I anexou o território provisoriamente a Minas Gerais e, em 1827, ao Estado da Bahia.

A tradição republicana de Pernambuco lhe trouxe perdas territoriais.  Todavia, as revoluções protagonizadas pelos pernambucanos, de fato,  anunciaram percepções essenciais num processo de independência de colônias: o antagonismo entre colonizados e colonizadores.

Hoje, o estado de Pernambuco, possui uma área de 98.312 km² e faz limite com a Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Piauí. e tem como parte de seu território o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 km da costa.


Fonte: http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2015/12/pernambuco-revolucoes-e-perdas.html