CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS SOCIAIS

31 de jan. de 2011

EGÍPCIOS DRIBLAM BLOQUEIO DA INTERNET COM TECNOLOGIA 'RETRÔ'

Aparelhos com tecnologias já antigas como máquinas de fax, aparelhos de rádio amador e modems discados estão ajudando manifestantes egípcios a evitar o bloqueio imposto pelo governo à circulação de informações.
No dia 27 de janeiro, a internet foi quase que inteiramente bloqueada no Egito por ordem do governo, devido à onda de protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak. Mas nessa situação, as tecnologias "velhas" continuaram funcionando e provaram ser uma saída para os manifestantes.
Por meio delas os ativistas estão tendo acesso a informações vindas do exterior e também circulam dicas sobre como evitar mecanismos de controle de informação dentro do Egito.
Listas de números
Modems discados têm sido uma das mais populares rotas para que os egípcios consigam utilizar a internet. Extensas listas de números internacionais que podem ser conectados aos aparelhos estão circulando no Egito, graças a ativistas da internet.
Provedores de internet em vários países como França, Estados Unidos, Suécia e Espanha montaram redes de modems que aceitam chamadas internacionais de modo a receber e passar informações para os manifestantes. Muitos até abriram mão da cobrança de taxas para permitir que mais pessoas se conectem.
Mas são poucas as linhas telefónicas egípcias que permitem realizar chamadas internacionais que permitam uma conexão com os modems. O blog Manalaa deu dicas sobre como usar conexão discada utilizando bluetooth, um telefone celular e um laptop. De acordo com o blog, o custo das chamadas internacionais pode ser "caro", mas ele é bom o suficiente para "comunicação urgente". O texto foi publicado em vários blogs, copiado e enviado por muitos outros.
O grupo We Re-Build, que milita por acesso de internet sem monitoramento em toda a Europa, disse que também está acompanhando algumas frequências de rádio amador e que vai repassar quaisquer mensagens recebidas, seja por voz ou por código morse.
Máquinas de fax também vêm sendo utilizadas por ativistas online e outros que buscam contactar pessoas dentro do Egito e passar informações sobre como restaurar o acesso à internet. O grupo de ativistas da internet conhecido como Anonymous, por exemplo, vem utilizando faxes para passar informações para estudantes em diversas escolas do país.
Ajuda internacional
Apesar de a maior parte das conexões de internet do Egito ter sido suspensa, o provedor egípcio Noor parece ter ficado online em grande parte porque ele conecta a Bolsa de Valores do país e as filiais egípcias de muitas empresas ocidentais com outras nações.
Relatos vindos do Cairo sugerem que muitas empresas e pessoas que são assinantes do Noor retiraram as suas senhas, de modo a permitir que outros possam "pegar carona" em suas conexões Wi-Fi. Militantes também divulgaram um documento intitulado Vinte Maneiras de Contornar o Bloqueio da Internet pelo Governo Egípcio, contendo as formas mais eficazes de permitir que a população do país troque informações.
Alguns egípcios relataram ter conseguido utilizar sites como Google, Twitter e Facebook utilizando os endereços numéricos desses sites em vez de o nome deles em inglês. As redes de telefone celular também não escaparam à interferência oficial. Na sexta-feira, a companhia Vodafone Egypt disse ter sido bloqueada em algumas áreas, assim como todas as demais operadoras do país.
Para contornar esse bloqueio, ativistas fizeram circular os telefones de centrais de envios de mensagens, o que permitiu que alguns locais seguissem usando serviços como o Twitter.
FONTE: Terra Notícias.
Comentário: Quando se fala em estratégia, é sempre importante ter o plano "A" e plano "B", ter o novo e o antigo até mesmo em relação à tecnologia, não é mesmo?

GANÂNCIA E DESPOTISMO SÃO FONTES DA REVOLTA ÁRABE

Os povos árabes estão se rebelando contra dirigentes "corruptos" e "arrogantes", acusados de administrar o Estado como se fosse uma propriedade particular, e contra um modelo que combina a "abertura selvagem dos mercados e um despotismo medieval", estimam analistas.
Ao examinar as causas da onda de manifestações que abalam os países árabes, Bourhane Ghalioune, diretor do Centro de Estudos Árabes da Sorbonne de Paris, destaca a existência de uma "elite corrupta, apoiada pelos países ocidentais".
"Seu único estímulo é a acumulação de riquezas, quando seus predecessores exibiam uma vontade de mudar a vida dos mais pobres", indica Ghalioune.
"Além disso, os dirigentes que se agarram ao poder há 30 anos querem que a sucessão ocorra em família, o que a população percebe como uma provocação", afirma Ghalioune, professor de sociologia política, de origem síria.
Na Síria, por exemplo, Bashar al Assad sucedeu o pai, morto no ano 2000, enquanto Hosni Mubarak deseja transmitir o poder ao filho Gamal no Egito.
A queda do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, após 23 anos no poder, e a onda de protestos sem precedentes que Mubarak agora enfrenta simbolizam "o fracasso de um modelo que combina uma abertura selvagem para os mercados a um despotismo medieval", destaca o catedrático da Sorbonne.
"As regiões do Oriente Médio e do norte da África são as mais repressoras do mundo, onde 16 de 20 países podem ser classificados como autoritários", explica Ghalioune, referindo-se às categorias estabelecidas pela Economist Intelligence Unit (EIU).
Iraque, Líbano, a Autoridade Palestina e Israel são considerados "regimes híbridos", e todos os demais são catalogados como autoritários.
Todos os países estão situados na metade inferior do tabuleiro mundial, que inclui 167 países.
Outro catedrático, Ghassan Salamé, professor de Ciências Políticas em Paris, fala em uma evolução calamitosa nos últimos 30 anos, embora o mundo árabe esteja familiarizado com a tirania desde a descolonização.
"Burguiba e Bumedian viviam de forma austera e não consideravam o Estado como sua propriedade", afirma Salamé.
Habib Burguiba, pai da independência tunisiana, governou durante 30 anos a partir de 1957, e Huari Bumedian presidiu a Argélia de 1965 a 1978.
Para Salamé, "nos anos 70, esses regimes começaram a se voltar para o neoliberalismo, utilizando-o para seu proveito, e a governar de forma corrupta, apoderando-se de setores inteiros da economia".
A revolta nasceu da rejeição a uma minoria que enriquece enquanto a maioria vive na pobreza, e reivindica a liberdade de expressão.
"As sociedades árabes estavam a ponto de explodir há anos. Que a faísca tenha saltado na Tunísia e o fogo tenha se espalhado pelo Egito foi uma coisa do acaso", argumenta Paul Salem, diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio, com sede em Beirute.
"O mais notável nestas revoltas é que as metas que mobilizam milhares de pessoas na Tunísia e no Egito são os direitos humanos e civis, a democracia social e a justiça econômica", diz Salem.
"Trata-se de um programa democrático, não ideológico", destaca.
"Nos últimos 30 anos, a única oposição verdadeira aos regimes autoritários era o movimento islâmico. Mas, na realidade, os movimentos no Egito e na Tunísia conseguiram em poucas semanas o que os partidos islâmicos não conseguiram em décadas".
"Isso prova que a democracia tem atualmente uma ressonância mais potente que o islamismo, o nacionalismo árabe ou as ideias de esquerda", conclui Salem.
Fonte: Terra Notícias

28 de jan. de 2011

EGÍPCIOS BURLAM CENSURA DO DITADOR À INTERNET E A REVOLTA CONTINUA SE ESPALHANDO CONTRA OS REGIMES TOTALITÁRIOS PELO MUNDO ÁRABE

Os milhares de manifestantes que nesta terça-feira foram às ruas do Egito protestar contra o regime de Hosni Mubarak aqueceram as redes sociais e conseguiram burlar o bloqueio imposto ao Facebook e Twitter.
As redes sociais foram fundamentais para articular os protestos dos opositores egípcios ao Governo de Mubarak, por isso as autoridades egípcias bloquearam alguns sites que emitiram os protestos ao vivo, como o Bambuser e os jornais digitais Dostor e Badil, informou nesta quarta-feira a Rede Árabe pelo direito à informação.
Esta plataforma, que defende a liberdade de informação, denunciou em comunicado que o Governo "deu mais um passo na repressão das liberdades civis".
"Além de atacar manifestantes que não faziam outra coisa além de utilizar o direito à liberdade de expressão - acrescentou -, bloqueou sites que cobriam os protestos".
A internet começou a ser um aliado dos egípcios contrários ao regime de Mubarak com as mobilizações de 6 de abril de 2008, quando uma greve geral foi convocada em protesto pela alta do preço dos alimentos e contra a gestão do presidente do Egito.
Desde então, se transformou em uma ferramenta fundamental para os opositores a Mubarak, que encontraram nos blogs e nas redes sociais uma plataforma de expressão que não tinham no país.
Apesar do bloqueio das redes sociais, os internautas encontraram formas de burlar a censura e trocaram impressões sobre a jornada anterior,além de convocar uma mobilização para esta quarta-feira através do Twitter.
"Ontem todos éramos tunisianos, hoje todos somos egípcios e amanhã todos seremos livres", dizia uma das mensagens mais divulgadas na rede social.
De todo o mundo choveram ofertas de pessoas com conhecimentos informáticos para realizar ataques aos sites do Governo egípcio e às páginas de companhias de telefonia celular, acusadas por internautas de terem cancelado números de telefone de alguns ativistas.
Soldados faziam sinais de vitória na noite desta sexta-feira dirigidos a milhares de manifestantes, que enfrentaram o toque de recolher imposto na capital egípcia e que, algumas horas antes, gritavam ainda a plenos pulmões: "o povo quer a queda do regime".
Mais de duas horas após a imposição do toque de recolher pelo presidente egípcio Hosni Mubarak, caminhões militares circulavam no centro da cidade do Cairo, perto da praça da Ópera, e militares acenavam para a população, recebendo aplausos.
Alguns populares chegaram até a subir nos tanques e policiais apertavam as mãos de manifestantes, constatou a AFP.
"Não sabemos ainda de que lado está o exército (...) Mas é verdade que respeitamos os militares", acrescentou um outro jovem que participava de passeata com milhares de outros no bairro Dokki, duas horas após a imposição do toque de recolher às 18h (16h GMT).
Os prédios e locais públicos estavam pichados com frases contra o governo. O fim das orações de sexta-feira soou como o início de uma maratona contra o poder, com milhares de pessoas tomando de assalto as ruas, em meio ao aplausos dos passantes, para exigir a saída do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos.
"Liberdade!", gritavam manifestantes, sob o olhar espantado de policiais de escudo e capacete perto da célebre mesquita al-Azhar, no bairro histórico de Khan al-Khalili.
Um pouco antes, na mesma praça da Ópera, dezenas de manifestantes retornarvam sangrando do local, depois de choques com a polícia. Num jovem, com o torso nu, podia-se ver os sinais do impacto das balas de borracha.
A sede do Partido Nacional Democrata (PND no poder) no centro do Cairo foi incendiada, segundo um fotógrafo da AFP.
FONTE: Terra Notícias

22 de jan. de 2011

ATIVISMO NA INTERNET ACELEROU QUEDA DE DITADOR NA TUNÍSIA

TARIQ SALEH
Direto de Beirute

A renuncia do ditador tunisiano Zine Al-Abidine Ben Ali no dia 14 de janeiro após quase um mês de violentos protestos teve a ajuda de um forte movimento na internet, entre blogueiros, usuários do Twitter e a rede social Facebook. Muitas das imagens que chegavam às grandes emissoras de TV internacionais foram feitas por ativistas nas ruas da capital Túnis.
Durante as semanas de violência e manifestações da população contra a corrupção, altas dos preços, desemprego e falta de democracia, vídeos começaram a aparecer no Facebook e Twitter mostrando a repressão imposta pelas forças de segurança do governo da Tunísia.
A mídia internacional rapidamente usou as imagens e as informações nas redes sociais e blogs de jornalistas locais e ativistas como fonte, mostrando uma mudança no comportamento das redações na busca de fontes. "Aproximadamente 3,6 milhões de tunisianos se conectam diariamente. A maioria das manifestações, incluindo aquela em frente ao palácio presidencial de Ben Ali foi organizada através do Facebook", contou a uma rádio francesa Phillip Rochot, um morador de Túnis.
A censura da mídia era uma das armas cruciais do regime de Ben Ali durante os 23 anos em que esteve no poder. Como em muitos países do mundo árabe, em que governos autoritários controlam jornais e emissoras de rádio e TV, o ativismo na internet se tornou a única maneira de cidadãos manifestarem suas frustrações.
Sites de compartilhamento de vídeos foram banidos na Tunísia até o dia anterior à renuncia de Ben Ali, quando o próprio presidente anunciou uma série de site que seriam bloqueados, como o YouTube.
Facebook
Mas o governo não contava com a força do Facebook, que permaneceu acessível na rede mundial e foi, segundo analistas, o grande responsável pelas imagens que correram o mundo com os protestos e repressão da polícia tunisiana, que deixou um saldo de mais de 60 pessoas mortas e centenas de feridos.
"Embora ativistas e jornalistas tenham usado outras mídias sociais também, o Facebook foi o grande culpado pela queda de Ben Ali. Através da rede social, jovens organizaram suas ações nas ruas, deixando o governo sem controle da informação", disse Magda Abu-Fadil, diretora do Programa de Treinamento em Jornalismo da Universidade Americana de Beirute, no Líbano.
De acordo com Mukhtar Trifi, diretor de Liga Tunisiana de Defesa dos Direitos Humanos, o Facebook virou uma forma de expressão para a maioria dos jovens desempregados da Tunísia, apesar do medo e repressão no país. "Vários problemas assolavam o país, todos sabiam mas ninguem falava a respeito. Nesse cenário, o Facebook virou a arma da juventude", disse ele ao prestigiado site americano The Huffington Post.
Ele explicou que a derrubada do poder de Ben Ali não teria sido possível sem o opoio do exército, mas que os tunisianos inundaram o Facebook com vídeos amadores com imagens da repressão policial, esquadrões de atiradores e violentos protestos em suas contas no Facebook direto de suas casas ou cybercafés.
"Muitos tunisianos tinham amigos e familiares morando fora do país, como na França e resto da Europa. Assim que os vídeos estavam na rede, eles se multiplicavam nas contas destes amigos, tornando impossível o controle pelo regime de Ben Ali", reiteirou Phillip Rochot.
Twitter e confiabilidade
Mas o fenômeno das redes sociais na cobertura de um grande evento começou em 2009, quando a conturbada eleição presidencial no Irã levou centenas de milhares de pessoas às ruas de várias cidades em protesto contra o resultado, que reelegeu o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Acusando o governo de fraudar o resultado do pleito, a oposição, liderada por seu candidato derrotado Mir Hussein Moussawi, mobilizou simpatizantes nas ruas que foram duramente reprimidos pela polícia e milícias pró-governo.
Com a mídia internacional censurada e controlada no país, as imagens dos protestos eram feitos pelos celulares e enviados pelo Twitter, onde as emisorras internacionais usavam para transmitir o que acontecia no país.
Uma das grandes questões que envolvem o uso das mídias sociais por jornalistas envolve a confiabilidade e credibilidade da informação.
Segundo Firas Al-Atraqchi, professor de Jornalismo da Universidade Americana do Cairo, nas primeiras duas semanas dos protestos na Tunísia, as informações que chegavam aos jornalistas internacionais vinha das redes sociais.
"O Twitter foi crucial para informar observadores e jornalistas estrangeiros. O Facebook foi atacado depois que o governo percebeu que imagens estavam chegando ao mundo através do site e desesperadamente tentou atacar e fechar contas de vários usuários", escreveu ele também em um artigo no The Huffington Post.
Para ele, as informações devem ser filtradas, em que as redações devem selecionar as imagens e depoimentos vindas de pessoas que estão testemunhando os eventos que acontecem em primeira mão.
"Uma das maneiras de fazer isso era pegar as informacões e imagens vindas de pessoas que se identificavam e depois checar se estas informações estavam sendo repetidas por outras pessoas. Depois, havia a confirmação por telefone com ONGs ou fontes oficiais para corroborar os fatos", disse ele.
Jovens no Oriente Médio vêm cada vez mais escolhendo o Twitter e Facebook como ferramentas para organizar protestos e quebrar anos de silêncio e repressão em seus países.
"Redes sociais não podem ser controladas pelos governos autoritários, é uma bola de neve que eles não têm como segurar. A informação está aí, e qualquer pessoa pode ter acesso. Nós não podemos mais ignorar isso", salientou Magda Abu-Fadil, de Beirute.
Fonte: Terra Notícias.

19 de jan. de 2011

A EQUAÇÃO DAS CRISES SISTÊMICAS: FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO-POLÍTICO, OPRESSÃO SÓCIOECONÔMICA-POLÍTICA, CORRUPÇÕES, VIOLÊNCIAS E DESTRUIÇÃO AMBIENTAL

LIGA ÁRABE DISCUTE REVOLTA DAS POPULAÇÕES ÁRABES COMO DA TUNÍSIA

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, pressionou nesta quarta-feira os países desta região a dar uma resposta para "a cólera e a frustração sem precedentes" demonstradas por suas populações, que se originaram da revolta na Tunísia. "A revolução na Tunísia não afastou isto que discutimos aqui", declarou Moussa durante a cúpula dos países árabes no Egito que reuniu 22 membros da organização pan-árabe, consagrada a questões econômicas e sociais, em Sharm el-Sheikh, sul do Mar Vermelho.
"A alma árabe é enfraquecida pela pobreza, pelo desemprego e a queda nos índices de desenvolvimento", acrescentou, destacando a necessidade de conseguir atingir "conquistas reais" para melhorar as condições de vida. "A maioria desses problemas não foi resolvida", disse, ao afirmar que "os cidadãos árabes estão cheios de ira e frustração como nunca antes".
Essa cúpula de um dia constitui a primeira reunião de chefes de Estado árabes desde a fuga, na última sexta-feira, sob a pressão popular, do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, após 23 anos de reinado. Os dirigentes, no entanto, se limitaram, em uma declaração final que não menciona a Tunísia, a "avançar em matéria de desenvolvimento humano, tecnológico e econômico".
A declaração acrescenta que "os desafios enfrentados pela região no domínio do desenvolvimento não são menos importantes do que os desafios políticos". Em sua única medida concreta, a cúpula confirmou um compromisso, estabelecido durante o encontro econômico árabe anterior de 2009 no Kuwait, que cria um fundo de US$ 2 bilhões para ajudar as pequenas e médias empresas e fomentar o trabalho. Esse fundo já recebeu US$ 1,4 bilhão.
Inúmeros governos árabes minimizaram nesses últimos dias as previsões de que a crise tunisiana poderia se reproduzir em outros países da região, deixando transparecer à vezes suas preocupações ante a situação. Argélia, Egito, Mauritânia e outros países árabes registraram no período uma série de imolações por fogo, similares ao gesto do jovem vendedor ambulante tunisiano, em meados de dezembro, que marcou o início da revolta que derrubou o presidente Ben Ali.

Os países árabes se veem afetados por uma onda de tentativas de suicídio por imolação com fogo, com dois novos casos nesta terça-feira no Egito, imitando o gesto de um jovem tunisiano, cuja morte desencadeou uma rebelião popular e um profundo mal-estar social e político na região.
O caso do jovem vendedor ambulante tunisiano, que morreu no início de janeiro após se imolar com fogo no dia 17 de dezembro, deu sequência a outros nove atos similares: um morto e dois feridos no Egito, cinco feridos na Argélia e um ferido na Mauritânia.
Nesta terça-feira, um advogado com cerca de quarenta anos tentou se suicidar ao incendiar o próprio corpo em frente a sede do governo no Cairo, enquanto na Alexandria (norte) um desempregado de 25 anos, descrito como deficiente mental pelas autoridades, morreu no hospital por causa de suas queimaduras.
O índice de referência da bolsa do Cairo retrocedeu nesta terça-feira em 3,1% já que alguns operadores temem que a situação na Tunísia possa afetar o Egito.
Para Amr Hamzawi, do Centro para o Oriente Médio da fundação americana Carnegie, com sede em Beirute, estas imolações refletem o "total desespero" de grande parte das populações árabes e a incapacidade dos regimes autoritários implantados nestes países de levar a elas uma resposta.
Esses atos foram "claramente inspirados pelos acontecimentos da Tunísia", onde o suicídio de Mohamad Buazizi, de 26 anos, desencadeou a rebelião que forçou na última sexta-feira o presidente Zine El Abidine Ben Ali a fugir do país, acrescentou.
"Já houve casos de suicídios motivados por protestos no Egito, mas é a primeira vez que ocorrem tentativas de imolação com fogo", destacou por sua vez o cientista político egípcio Amr al-Chobaki, do centro de estudos Al Ahram.
Para Hefny Kedri, professor de psicologia política da Universidade Ain Shams do Cairo, estas tentativas de suicídio com fogo são uma mensagem de desespero dirigida às autoridades, em uma região onde a vida política e social não oferece muitas possibilidades para expressar seu descontentamento.
"Não há diferença entre um suicídio por afogamento ou um suicídio por imolação com fogo, mas isso leva uma mensagem para o poder que quer dizer: 'protesto'. Isso é que é importante do ponto de vista psicológico", afirmou.
A situação na Tunísia deve virar assunto principal de uma cúpula econômica de líderes da Liga Árabe na quarta-feira em Sharm el-Sheij (Egito), em meio aos temores da persistente instabilidade neste país e de um contágio dos protestos aos vizinhos.
Vários países desta região sofrem males parecidos aos da Tunísia, em particular no plano social, com uma forte taxa de desemprego e recentes altas nos preços dos produtos básicos, que geraram múltiplas manifestações.
"Os países se desintegram, os povos se levantam, (...) e os cidadãos árabes se perguntam: por acaso os atuais regimes árabes podem fazer frente a esses desafios de forma eficaz?", admitiu o chefe da diplomacia do Kuwait, Mohamad al Sabá, durante os trabalhos preparatórios da cúpula.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, encorajou, por sua vez, os 22 membros da organização a "aprender a lição tunisiana" para enfrentar os desafios sociais e econômicos.
FONTE: Terra Notícias.

16 de jan. de 2011

UTILIDADES PÚBLICAS: CONCURSOS COM VAGAS PARA PROFESSOR DE SOCIOLOGIA NA SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL E NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Boa Tarde, Colegas:

1) Está aberto o concurso para professores efetivos inclusive de Sociologia para a Secretaria de Defesa Social.
O edital pode ser baixado pelo site da Organizadora do Concurso (http://www.upenet.com.br/) ou pelo site pciconcursos.com.br
2) Também está aberto o concurso para contratação temporária de professores, inclusive de Sociologia, para a Secretaria de Educação com muitas vagas em todo o Estado de PE, tendo muitissimas vagas para Sociólogos. As inscrições estão sendo realizadas pelo site da Secretaria da Educação (http://www.educacao.pe.gov.br/).

5 de jan. de 2011

INFORMES DA DIRETORIA DO SINSPE


A Diretoria do SINSPE reuniu-se no dia 05/01/2011 para finalização do processo de reabertura do SINSPE e para deliberações sobre o Encontro e Congresso de Sociólogos-2011.


2 de jan. de 2011

EIS AÍ A COMPOSIÇÃO DO GOVERNO DE DILMA, A NOSSA PRIMEIRA MULHER PRESIDENTA...


Lista completa e perfis dos 37 membros do gabinete de Dilma:

A) Ministérios:
- Casa Civil:
Antonio Palocci. Médico. 50 anos. Foi ministro da Fazenda no Governo Lula entre 2003 e 2006, quando renunciou devido às denúncias de corrupção pelos quais foi julgado e declarado inocente. Seu cargo é o mais importante do gabinete e funciona como uma espécie de grande coordenação do Governo.
- Relações Exteriores: Antonio Patriota. Diplomata. 56 anos. Discípulo do chanceler, Celso Amorim, de quem foi até agora vice-chanceler. Foi embaixador nos Estados Unidos (2007-2009) e ocupou diversos cargos em Caracas, Pequim e na ONU.
- Fazenda: Guido Mantega. Economista. 61 anos. Foi ministro do Planejamento, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e titular de Fazenda durante o Governo Lula e permanecerá neste último cargo com Dilma.
- Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Fernando Pimentel. Economista. 59 anos. Foi prefeito de Belo Horizonte e integrou a equipe do comando da campanha eleitoral de Dilma.
- Agricultura: Wagner Rossi. Empresário e político. 67 anos. Se mantém no mesmo cargo que ocupa desde março de 2009 no Governo Lula.
- Desenvolvimento Agrário: Afonso Florence. Historiador. 56 anos. Mais dedicado à vida acadêmica e ao sindicalismo do que à política.
- Minas e Energia: Edison Lobão. Jornalista e advogado. 74 anos. Na política desde que foi eleito senador em 1987. Foi ministro de Minas e Energia entre janeiro de 2008 e março deste ano, quando renunciou para concorrer outra vez ao Senador.
- Planejamento: Miriam Belchior. Engenheira. 52 anos. Ocupou diversas funções no Governo Lula e desde março coordena o ambicioso plano de infraestrutura.
- Integração Nacional: Fernando Bezerra Coelho. Político. 53 anos. Foi deputado e até agora era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.
- Defesa: Nelson Jobim. Jurista. 64 anos. Foi presidente do Supremo Tribunal e ministro da Justiça durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). Em 2007 foi convocado por Lula para ocupar o cargo que mantém no Governo de Dilma.
- Desenvolvimento Social: Tereza Campelo. Economista. 48 anos. Mulher da absoluta confiança de Dilma, junto a quem trabalhou em diversos cargos durante os últimos 20 anos.
- Educação: Fernando Haddad. Filósofo. 47 anos. Tem uma longa carreira acadêmica. Permanece no cargo que ocupa desde julho de 2005 e mantém uma estreita relação com Lula.
- Saúde: Alexandre Padilha. Médico. 39 anos. Foi ministro das Relações Institucionais com Lula desde setembro de 2007.
- Trabalho: Carlos Lupi. Administrador. 53 anos. Nomeado ministro do Trabalho por Lula em março de 2007, permanece no cargo com Dilma.
- Previdência Social: Garibaldi Alves. Jornalista. 64 anos. Foi prefeito e desde 1990 mantém uma cadeira no Senado.
- Transportes: Alfredo Nascimento. Matemático. 58 anos. Ocupou esse cargo entre o início de 2007 e março passado, quando renunciou para aspirar a um cargo de governador. Perdeu as eleições e Dilma o nomeou outra vez no mesmo posto.
- Comunicações: Paulo Bernardo. 58 anos. Forjou sua trajetória nos sindicatos bancários e foi ministro do Planejamento desde 2005 no Governo de Lula, quem conhece há três décadas.
- Justiça: José Eduardo Cardozo. Advogado. 48 anos. Milita no PT desde a juventude e é deputado desde 2003. Foi coordenador da campanha de Dilma.
- Meio Ambiente: Izabella Teixeira. Bióloga. 49 anos. Ratificada por Dilma no cargo que ocupa desde abril passado.
- Ciência e Tecnologia: Aloizio Mercadante. Economista. 56 anos. Influente líder do PT e senador desde 2002. Em 1994 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada por Lula.
- Cultura: Ana de Hollanda. Cantora e compositora. 62 anos. É irmã do cantor Chico Buarque e dirigiu o Centro de Música da Fundação Nacional da Arte.
- Esportes: Orlando Silva. Político. 40 anos. Foi ratificado por Dilma no cargo que ocupa desde março de 2006.
- Turismo: Pedro Novais. Advogado. 80 anos. Foi deputado durante cinco legislaturas seguidas.
- Cidades: Mário Negromonte. Advogado. 60 anos. É deputado desde 1995.
- Relações Institucionais: Luiz Sérgio Nóbrega. Político. 52 anos. Deputado desde 1999.
B) Secretarias ou outros organismos com categoria de ministro:
- Banco Central:
Alexandre Tombini. Economista de 48 anos. Trabalha há mais de uma década no Banco Central, onde até agora era diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro.
- Secretaria Geral da Presidência: Gilberto Carvalho. Filósofo de 59 anos. Foi chefe de gabinete de Lula, com quem mantém uma estreita amizade desde a fundação do PT, da qual participou como membro de organizações de base da Igreja Católica.
- Direitos Humanos: Maria do Rosário. Pedagoga. 44 anos. Especialista em estudos sobre violência doméstica.
- Igualdade Racial: Luiza Bairros. Socióloga. 57 anos. Histórica militante do movimento dos afrodescendentes do Brasil.
- Políticas para as Mulheres: Iriny Lopes. 54 anos. Dedicou sua vida à política e pertence às correntes mais radicais do PT.
- Pesca: Ideli Salvatti. Física. 58 anos. Uma das fundadoras do PT no estado de Santa Catarina e senadora desde 2003.
- Portos: Leônidas Cristino. Engenheiro. 53 anos. Até agora era prefeito da cidade nordeste de Sobral.
- Assuntos Estratégicos: Moreira Franco. Sociólogo. 66 anos. Foi governador do Rio de Janeiro entre 1987 e 1991.
- Comunicação Social: Helena Chagas. Jornalista. 49 anos. Trabalhou no grupo Globo e no canal de televisão SBT e foi diretora de jornalismo da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
- Advocacia Geral da União: Luís Inácio Lucena Adams. Advogado. 45 anos. Permanece no cargo que ocupa desde outubro de 2009.
- Contraloria Geral da União: Jorge Hage. Advogado. 72 anos. Também segue no cargo que assumiu em junho de 2006.
- Segurança Institucional: José Elito Carvalho Siqueira. General do Exército. 64 anos. Comandou as tropas de paz da ONU no Haiti durante o ano de 2006. EFE.

Fonte: Yahoo.

* Para a nossa primeira mulher Presidenta, aos Governadores(as), Deputad@s (estaduais e federais) e Senadores(as) eleitos(as), Ministr@s e Secretári@s (estaduais e federais), esperamos que tenham um excelente governo, bom senso de justiça e ética, que busquem a sabedoria de DEUS para o exercício de tão nobre responsabilidade e desejamos a proteção de DEUS, a saúde, a prosperidade, a paz e boas surpresas a frente desta imensa, diversificada e complexa nau chamada Brasil...
** Seria muito bom que as oposições também pensassem assim e trabalhassem pelo nosso bem comum, fazendo uma oposição responsável e que realmente coopera para aquilo que é bom para o Brasil, como também todos os setores da sociedade brasileira tivessem este espírito de verdadeiramente pensarem no bem comum da nação brasileira em tudo que projetam e fazem, não é mesmo?

1 de jan. de 2011

DICAS DE LEITURAS...

- Você já visitou os sites do iFHC e do Instituto de Sociologia que constam como link's de homepages que podem ser acessados diretamente pelo nosso blog?
- No iFHC e no Instituto de Sociologia existem interessantes listas de sugestões de livros a serem lidos sobre os mais diversos temas nacionais e internacionais como também vários papers que podem ser baixados, papers estes também sobre os mais diferentes temas nacionais e internacionais!
Vale dar uma visita...