Por Daniel Bramatti, José Roberto de
Toledo, Amanda Rossi, Diego Rabatoni e Vitor Baptista
No balanço final da eleição de 2012, o PT e o PSB foram os partidos
que mais ampliaram o número de prefeituras conquistadas e o contingente de
eleitores a governar em relação a 2008. O PSD, em sua primeira disputa, obteve
um lugar entre os maiores partidos, mas terá pouca influência nas cidades
grandes.
O PMDB encolheu tanto em número de prefeituras quanto de eleitores.
O PSDB elegeu menos prefeitos, mas praticamente manteve sua fatia do
eleitorado. E o DEM manteve sua tendência de definhamento.
Principal vencedor da eleição, o PT conquistou prefeituras que,
somadas, concentram 20% do eleitorado. Em 2008, as cidades petistas abrigavam
17% dos eleitores do País. Sem o triunfo em São Paulo, o partido teria até
recuado no quesito eleitorado governado - sozinha, a capital paulista abriga
pouco mais de 6% dos brasileiros com direito a voto.
Primeiros colocados no ranking do eleitorado, os petistas ficaram
em terceiro no número de prefeitos eleitos, com 635. O fato revela que o PT
ainda tem dificuldades para conquistar as pequenas cidades, seara na qual o
PMDB é a legenda mais forte.
O PT elegeu quatro prefeitos de capitais neste ano, menos do que em
2008 (seis) e 2004 (nove), mas ampliou seu espaço no conjunto dos 83 municípios
com mais de 200 mil eleitores, o chamado clube do 2.º turno. Nesse grupo, os
petistas vão governar 30% do eleitorado - porcentual acima de sua média
nacional.
Não se pode dizer que o PMDB teve um resultado ruim nesta eleição -
afinal, manteve o primeiro lugar no ranking dos prefeitos eleitos, com 1.025, e
só ficou atrás do PT no do eleitorado a governar (17%). Mas o partido se saiu
pior do que há quatro anos.
O principal recuo dos peemedebistas ocorreu no clube do 2.º turno.
Em 2008, no grupo das cidades com mais de 200 mil eleitores, a legenda venceu
em municípios que abrigavam 26% do eleitorado nacional. Agora, sua participação
vai cair para 14%.
Destaque no 1.º turno, com a conquista de duas capitais de grande
peso político - Belo Horizonte e Recife -, o PSB chega ao final da disputa com
saldo positivo sob todos os aspectos, principalmente no número de eleitores a
governar.
O partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos -
já citado como possível candidato a presidente em 2014 -, deve governar cerca
de 11% do eleitorado a partir da posse dos novos prefeitos, em 2013. É um salto
em relação ao porcentual obtido em 2008: 6%. Em número de prefeitos, o PSB
avançou de 310 para 440.
Em termos comparativos, o DEM terá neste ano o pior desempenho de
sua história. Vai eleger prefeitos que comandarão 5% do eleitorado, menos da
metade que obteve há quatro anos. Mas 2008 foi um ano atípico para o DEM - o
partido conquistou na época a capital paulista, com a reeleição de Gilberto
Kassab.
O mesmo Kassab desestruturou as bases municipais do DEM ao criar o
PSD, no ano passado, e atrair centenas de políticos de seu antigo partido. A
nova legenda elegeu 278 prefeitos e governará 6% do eleitorado. No grupo das 83
maiores cidades, porém, sua influência será menor: governará apenas 3% dos
eleitores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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