Ática resolveu encontrar-se no Areópago com Jean-Jacques Rousseau, Karl Max e Thomas Hobbes para
conversarem e desse diálogo surgiu entre eles a seguinte reflexão transcrita no
texto abaixo, onde Ática iniciou a conversa no Areópago dizendo:
- “A política... Uma das
mais nobres e complexas atividades desenvolvidas e exercidas pelo ser
humano.... Mas, por que então existem a corrupção na política e o mau exercício
do poder nas sociedades?
Sabe, o problema da
corrupção política nos povos e nações não está na política, mas sim nos
seguintes principais fatos:
a)
No caráter das pessoas (eleitores que elegem governantes corruptos
em troca de alguma coisa);
b)
Na falta de um processo educacional de formação contínua em
cidadania para que o eleitor tenha consciência dos prejuízos que ele e a
sociedade têm quando vota-se em políticos corruptos (pensando-se apenas em seu
benefício próprio e não no bem comum), processo educacional este que inclusive capacite
de fato as pessoas para que saibam votar, cobrar e monitorar quem foi eleito e
o que fez durante o exercício do mandato que lhe foi confiado e conferido pelo
povo;
c)
Na falta de uma gestão eficaz e eficiente do poder e das leis a
começar por quem tem o dever Constitucional de monitorar o desempenho dos
poderes legislativo e o executivo e de aplicar a lei em relação a eles, mas não
o faz por diversos motivos que eles sabem muito bem...
É
necessário assim que ondas de consciência cidadã inundem sempre os povos e
nações para o próprio bem comum e sobrevivência das sociedades e civilizações contribuindo-se
assim para evitar o mau exercício e o abuso de poder por parte dos governantes
e o caos civilizatório gerado por este mau exercício e abuso de poder...
Infelizmente, existe um
comportamento vicioso e desrespeitoso em relação ao povo brasileiro que já se
tornou algo natural, normal e comum na política brasileira que consiste em se
fazer promessas em campanhas políticas apenas para se ganhar as eleições e já
sabendo que essas promessas não serão cumpridas! Sabe, no mundo dos negócios esta
má conduta se configura no Código de Defesa do Consumidor como “crime de
propaganda enganosa” podendo resultar inclusive até em processo e
obrigatoriedade de indenização por parte da empresa vendedora do serviço ou bem
material em relação ao consumidor!”
Então, Jean-Jacques
Rousseau, filósofo da era iluminista, respondeu para Ática:
- “Ática, a criação dos
sistemas, regimes, formas de governo e formas de Estado são Contratos Sociais
estabelecidos nas sociedades e devem ter regras claras, objetivas e imparciais,
pois essas características são essenciais e a base para a existência de uma
sociedade justa, equilibrada e estabelecida em prol do bem comum”!
Ática então respondeu:
- “Pois é... Temos visto
pela História da humanidade que quando o Contrato Social é quebrado abre-se a
porta para o caos se instalar na sociedade, para o surgimento dos mais diversos
movimentos que intentam contra as instituições e os poderes Constitucionais estabelecidos
(referendos ou plebiscitos por independência, revolucionários, etc) e até para
a ação de grupos criminosos, pois na verdade estes movimentos e ações de grupos
criminosos estarão se estabelecendo em espaços (áreas, territórios) que não
estão sendo ocupados pelo Estado tendo em vista que ao ter sido quebrado o
Contrato Social a legitimidade e a legalidade do ato de governar são
grandemente afetados e prejudicados, a governabilidade se torna ameaçada, e,
assim, a lei passa a ser apenas a mera retórica de uma letra morta e de grupos que
exercem a hegemonia, se alternam no poder e manipulam a lei ao seu bel prazer a
qual para ser mantida necessita da força”!
O filósofo Karl Marx então
respondeu para Ática:
- “Sim, esta força vem da
superestrutura a qual possibilita a existência coercitiva do Estado seja em
prol do bem comum ou não”!
- Sim, o Grande Leviatã,
disse o filósofo e cientista político Thomas Hobbes para Ática!
Ática então continuando disse:
- “Assim, portanto, eis alguns
dos motivos pelos quais as sociedades, sistemas, regimes, formas de governo e
de Estado e até civilizações e impérios se degeneram e sofrem o colapso total
abrindo espaço para que novos Países, novas formas de organização política,
social e econômica (sejam elas boas ou ruins, democráticas ou totalitárias)
venham a surgir e se instalem numa sociedade...
Mas, infelizmente, em
sociedades imersas no processo de caos civilizatório em geral as suas estruturas
políticas vigentes e seus agentes (agremiações políticas, governantes, grupos e
forças políticas, instituições jurídicas, etc) continuam alheios ao que está
acontecendo na base da pirâmide e só pensam no "poder pelo poder" (projeto
de poder e não projeto de nação) e acreditam que ainda conseguirão se manter
eternamente sentados na cadeira do poder mesmo diante do caos instalado pela
quebra do Contrato Social por eles mesmos, se esquecendo que a História está aí
para mostrar que até Roma caiu pela revolta dos “bárbaros” enfurecidos que
pertenciam aos povos e nações que ela dominava de forma imperialista e
implacável”....
Ática finalizou a
conversa com os três filósofos e cientistas políticos dizendo o seguinte:
“... A egrégora do
poder (seja ele qual for) e sua cadeira é um totem muito poderoso do qual
deve-se ter muito cuidado para não ser seduzido completamente por ela e ter sua
consciência subjugada diante de sua magia, sendo por isso mesmo que nem todos
estão aptos para sentar-se nessa cadeira, mesmo que sejam descendentes de
famílias que historicamente sempre sentaram-se na cadeira do poder ou mesmo que
ainda não pertencendo a estas famílias porventura tenham tido alguma indicação
política partidária...”
Texto que faz parte do livro “A Casa Azul e o Reino das Araras: Uma Metáfora Sobre o Crescimento e Desenvolvimento Autossustentado” (https://www.clubedeautores.com.br/book/141015--A_Casa_Azul_e_o_Reino_das_Araras_Uma_Metafora_Sobre_o_Crescimento_e_Desenvolvimento_Autossustentado#.Wd96PLVrxdg)....
https://youtu.be/Fg0iZHqxNTU
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