Depois de atacar a política econômica do governo Dilma Rousseff e pedir a cabeça do ministro Guido Mantega, revista britânica afirma que "trabalhadores brasileiros são gloriosamente improdutivos"; reportagem traz o título "50 anos de soneca", uma alusão ao fato de, segundo a publicação, a produtividade do trabalhador brasileiro ter parado de crescer ou caído nas últimas cinco décadas, ao contrário de outros emergentes; ilustração é a foto de um homem refestelado numa rede em praia, com chapéu do Brasil; o trabalhador brasileiro merece ser chamado de dorminhoco?
17 DE ABRIL DE 2014 ÀS 16:07
247 – Depois de criticar a política econômica da presidente Dilma Rousseff, pedir por mais de uma vez a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e até desdenhar o leilão de Libra, do pré-sal, definindo o negócio como "barato", a revista britânica The Economist ataca hoje a produtividade do brasileiro. Em sua última edição impressa (leia aqui, em inglês), a publicação traz uma reportagem intitulada "The 50-year snooze" (50 anos de soneca, em português), uma alusão ao que interpreta como um estacionamento ou mesmo queda na produção por trabalhador brasileiro nas últimas cinco décadas.
O texto avalia que, após um breve período de aumento da produtividade entre 1960 e 1970, a produção não avançou mais no País. O fato estaria acontecendo, de acordo com a Economist, em contraste com o cenário internacional, onde países emergentes como Coreia do Sul, Chile e China registram tendência de melhora nesse quesito. A reportagem ouviu o empresário norte-americano Blake Watkings, dono do restaurante BOS BBQ em São Paulo. "No momento em que você aterrissa no Brasil você começa a perder tempo", declarou Watkings.
"A produtividade do trabalho foi responsável por 40% do crescimento do PIB do Brasil entre 1990 e 2012 em comparação com 91% na China e 67% na Índia, de acordo com pesquisa da consultoria McKinsey. O restante veio da expansão da força de trabalho, como resultado da demografia favorável, formalização e baixo desemprego", diz trecho da matéria, que traz uma série de fatores, na visão de economistas, para explicar o cenário.
O primeiro citado é o baixo investimento em infraestrutura. Outro problema são os indicadores de qualidade dos alunos brasileiros, que não crescem, apesar dos investimentos públicos em educação. A Economist cita ainda a legislação trabalhista – alguma empresas, diz a revista, preferem contratar amigos e familiares menos capazes para evitar processos ou diminuir o risco de fraudes. Outro fator ainda, citado como "menos óbvio", é a má gestão de parte das companhias brasileiras.
A conclusão da revista britânica é de que se o Brasil continuará crescendo até depois de 2020, quando a população economicamente ativa (em idade de trabalhar) vai começar a cair em relação ao total, o País terá de enfrentar seu problema de produtividade. "Até que ele faça isso, corre o risco de cair em um sono cada vez mais profundo", finaliza o texto.
TEXTO TRADUZIDO DA REVISTA
ECONOMIST:
A economia do Brasil
A soneca de 50 anos
Foliões fome no Lollapalooza, um festival de música grande em São Paulo no início deste mês, foram em uma surpresa. Em contraste com os menus de hambúrgueres reaquecido ano passado ", eles poderiam engordar para carne de porco, costelas puxado churrasco ou milho em espiga, cortesia do BOS churrasco, um restaurante texano na cidade. Mais surpreendente do que a tarifa, no entanto, foi o ritmo em que duas tendas do BOS côncavo para fora. Ao longo de dois dias, os estandes, cada um ocupado por seis pessoas, servido 12.000 porções, ou mais de uma a cada 15 segundos, possui Blake Watkins, que administra o restaurante. Essa eficiência é tão bem-vinda, uma vez que é incomum.Estandes vizinhos necessários dois a três minutos para atender cada cliente, levando a longas filas e surdo estômagos.
"No momento em que a terra no Brasil você começar a perder tempo", lamenta o Sr. Watkins, que se mudou para o país há três anos, depois de vender um negócio de fast-food em Nova York. Para ter a certeza de ter pelo menos dez trabalhadores temporários no Lollapalooza, ele contratou 20 (com certeza, apenas metade deles virou para cima). Lu Bonometti, que abriu uma loja de biscoitos há 18 meses em um bairro nobre de São Paulo, encomendou quatro empresas diferentes para corrigir seu sinal da loja. Nenhum chegou.Poucas culturas oferecer uma melhor receita para aproveitar a vida. Mas a noção de custo de oportunidade parece perdido em grande parte dos brasileiros.
As filas, engarrafamentos, prazos não cumpridos e outros atrasos têm sido tão onipresente por tanto tempo que "Os brasileiros se tornaram anestesiados para eles", diz Regis Bonelli, da Fundação Getúlio Vargas, uma escola de negócios. Quando em 12 de abril o chefe do operador estatal sugeriu que grandes pedaços de aeroporto em Belo Horizonte que não serão renovados a tempo para a Copa do Mundo em junho deve ser simplesmente "velada", sua observação provocou mais do que uma encolher de resignação.
Além de um breve surto de 1960 e 1970, a produção por trabalhador tem ou escorregou ou estagnado ao longo do último meio século, em contraste com a maioria das outras grandes economias emergentes (ver gráfico). Produtividade total do fator, que mede a eficiência com que o capital eo trabalho são usadas, é menor agora do que era em 1960. Produtividade do trabalho foi responsável por 40% do crescimento do PIB do Brasil entre 1990 e 2012, em comparação com 91% na China e 67 % na Índia, de acordo com a McKinsey, uma empresa de consultoria. O restante veio de uma expansão da força de trabalho, como resultado da demografia favorável, formalização e baixo desemprego. Isso vai diminuir para 1% ao ano na próxima década, diz Bonelli. Se a economia está a crescer mais rápido do que o seu atual ritmo de 2% ou menos de um ano, os brasileiros terão de se tornar mais produtivo.
Economistas trote fora razões familiares para a performance. O Brasil investe apenas 2,2% do seu PIB em infra-estrutura, bem abaixo da média do mundo em desenvolvimento de 5,1%. Dos 278 mil patentes concedidas no ano passado pelo escritório de patentes dos Estados Unidos, apenas 254 foram para os inventores do Brasil, que responde por 3% da produção e as pessoas do mundo. Os gastos do Brasil com a educação em percentagem do PIB aumentou para níveis do mundo rico, mas a qualidade não tem, com alunos entre os de pior desempenho em testes padronizados. Sr. Watkins reclama que seus 18 anos de idade barbecuers tem as habilidades de 14 anos de idade americanos.
Menos obviamente, muitas empresas brasileiras são improdutivos, porque eles são mal geridas. John van Reenen, da Escola de Economia de Londres descobriram que, embora seus melhores empresas estão tão bem executado como top-notch os americanos e europeus, Brasil (como China e Índia) tem uma longa cauda, a gordura de os altamente ineficientes.
Tratamento fiscal preferencial para as empresas com volumes de negócios não mais de 3,6 m de reais (US $ 1,6 milhão) tem cambaleou muitas empresas irregulares na economia formal. Mas desestimula as empresas de crescer. E, como grandes peixes em áreas como fazer ganhos de eficiência de varejo que precisam de menos trabalhadores, que em vez incham os cardumes de peixinhos menos produtivos. Muitos contratar amigos ou parentes de confiança, em vez de um estranho melhor qualificado, para limitar o risco de ser assaltado ou processado por funcionários por desrespeito notoriamente leis trabalhistas favoráveis aos trabalhadores. O resultado é ainda mais ineficiência.
Em vez de entrar em colapso, as empresas fracas arrastar-se em agradecimentos a diversas formas de proteção do Estado, o que os protege da concorrência. Protecionismo pesa sobre a produtividade de outras maneiras também. Punitiva tarifas altas sobre tecnologia, tais como o importado gritante 80% de imposto cumulativo bateu em estrangeiros smartphones fazer muitos aparelhos que melhoram a produtividade proibitivamente caro, diz José Scheinkman, da Universidade de Columbia. Ao invés de comprar mais barato e melhores produtos do exterior, as empresas têm de pagar sobre as probabilidades de os locais de qualidade inferior.
A evidência histórica aponta para uma solução, acredita Marcos Lisboa do Insper universidade. O período de catch-up do crescimento da produtividade começou na década de 1960, na sequência de um ataque de reformas liberais engendradas por anos de política industrial quase autárquica. Um pequeno aumento menor no início de 2000 também seguiu a liberalização medidas, promulgou uma década antes para evitar a hiperinflação. Sucesso não obstante, tanto a ditadura militar de 1964-1985 e do Partido dos Trabalhadores, de esquerda, que ocupou a presidência desde 2003, logo voltou ao tipo intervencionista.Recentemente isto significou requisitos de conteúdo local, combustível subsidiado e eletricidade, e regulamentação arrogante. A produtividade tem devidamente atomizados.
Sr. Lisboa destaca dois exemplos salutares dos últimos anos. Agricultura foi desregulamentado em 1990, permitiu consolidar e ter acesso a máquinas estrangeiras, fertilizantes e pesticidas. Alguns anos mais tarde, os serviços financeiros apreciado profundas reformas institucionais para aumentar a oferta de crédito e impulsionar os mercados de capitais. Ambos foram deixados em paz, e tornou-se a cerca de 4% mais eficiente a cada ano na década que se seguiu. Produtores de soja brasileiros estão agora a inveja do mundo. Sr. Watkins, o dono do restaurante, elogia o sistema bancário como algo que funciona mais rapidamente no Brasil do que nos Estados Unidos.
Regulamento é sempre difícil para relaxar, o Sr. Lisboa admite. Mas se o Brasil está a crescer para além de 2020, quando a população em idade de trabalhar vai começar a cair como proporção do total, ela terá de enfrentar seu problema de produtividade. Até que ele faz isso, corre o risco de cair em um sono cada vez mais profundo.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/137153/A-%C3%BAltima-da-Economist-brasileiro-%C3%A9-improdutivo%E2%80%9D.htm e http://www.economist.com/news/americas/21600983-brazilian-workers-are-gloriously-unproductive-economy-grow-they-must-snap-out
Nenhum comentário:
Postar um comentário