CIÊNCIAS SOCIAIS

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22 de fev. de 2011

ORIENTE MÉDIO CONTINUA EM EBULIÇÃO...

CONHEÇA OS NEGÓCIOS DE MUAMAR KADAFI NA ITÁLIA:
Do UniCredit a Finmeccanica, passando pela ENI e a Juventus de Turim, o regime de Muamar Kadhafi investiu os "petrodólares" nas empresas da Itália, que obteve em troca petróleo líbio e contratos valiosos no país do norte da África.
Os laços entre os dois países foram reforçados após a assinatura, em agosto de 2008, de um acordo histórico para indenizar as consequências do colonialismo italiano (1911-1942) com cinco bilhões de dólares em 25 anos.
O chamado "pacto de amizade" incluiu um pedido de desculpas solene da Itália pelo período da colonização, que matou 100.000 pessoas de uma população de 800.000 neste país rico em petróleo.
Graças ao acordo, a Líbia, que já investia em empresas italianas e chegou a possuir 10% da Fiat, que depois cedeu, reforçou a presença em grandes grupos italianos.
Segundo o jornal econômico Il Sole 24 Ore, o valor das ações que a Líbia possui na Itália alcança 3,6 bilhões de euros (4,9 bilhões de dólares).
Um sintoma da relação estreita é a preocupação que a violência na Líbia gera, com a queda de 3,9% da Bolsa de Milão na segunda-feira.
O maior investimento da Líbia na Itália é o UniCredit. No fim de 2008, em plena crise financeira mundial, o Banco Central líbio adquiriu 4% do maior banco italiano, que passava por problemas graves.
Com a entrada da Libyan Investment Authority (LIA) ano passado, a Líbia se tornou o maior acionista do UniCredit (com 7,582%), atualmente um dos maiores bancos da Europa.
A LIA controla desde janeiro 2,01% do grupo aeronáutico e de defesa Finmeccanica, controlado pelo Estado italiano.
A Líbia tem quase 0,5% da empresa de petróleo ENI. A autoridade que controla a Bolsa não foi informada sobre a participação porque é inferior a 2%.
O governo do coronel Khadafi informou em 2008 que estava interessado em adquirir de 5 a 10% da ENI, mas o negócio não foi concretizado.
Através do Libyan Arab Foreign Investment Company, Trípoli é proprietária de 7,5% do clube de futebol Juventus de Turim, um dos maiores da Itália.
A Líbia já anunciou interesse no grupo de energia Enel e na gigante das comunicações Telecom Italia, mas nenhum acordo foi concretizado.
Em troca de tudo isso, a Itália recebe um terço do petróleo da Líbia, onde a ENI é a maior produtora estrangeira.
Muitas empresas italianas assinaram contratos de valores altos para a construção de estradas, universidades, ferrovias e hotéis, o que tem beneficiado a Itália com uma chuva de "petrodólares".
A antiga potência colonial é o maior parceiro comercial da Líbia: em 2009 a Itália ocupava o primeiro lugar no destino das exportações líbias (20%) e era, ao mesmo tempo, o principal exportador para o país do Norte da África (17,5%).
Um total de 180 empresas italianas atuam na Líbia, onde moram 1.500 italianos.

KADAFI MANDOU SABOTAR PETRÓLEO NA LÍBIA, DIZ COLUNISTA:
Um colunista da revista Time disse na terça-feira, citando uma fonte próxima ao governo líbio, que o líder Muammar Gaddafi ordenou que suas forças de segurança sabotassem instalações petrolíferas do país, tomado por uma onda de protestos populares na última semana. Em artigo publicado no site da Time, Robert Baer disse que a sabotagem começará pela explosão de oleodutos que chegam ao Mediterrâneo. Mas ele acrescentou que a mesma fonte havia lhe dito há duas semanas que os distúrbios nos países vizinhos jamais chegariam à Líbia, previsão que se revelou errada.
"Entre outras coisas, Gaddafi ordenou aos serviços de segurança que comecem a sabotar as instalações petrolíferas", escreveu Baer. "A sabotagem, segundo o informante, se destina a servir como mensagem às tribos rebeladas da Líbia: sou eu ou o caos." Várias empresas petrolíferas já interromperam suas atividades na Líbia devido à tensão política. As forças de segurança têm reprimido violentamente os protestos em todo o país, e alguns membros do governo já abandonaram Gaddafi.
Baer, ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA) no Oriente Médio, disse que a fonte lhe informou que até segunda-feira Gaddafi contava com a lealdade de apenas cerca de 5.000 membros do Exército, que tem um total de 45 mil soldados. Parafraseando essa fonte, ele disse que Gaddafi também ordenou a libertação de militantes islâmicos, na expectativa de que eles também contribuam para semear o caos.
Mundo árabe em convulsão :
A onda de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Ben Ali e do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região. Há elementos comuns em todos os conflitos: em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica e o clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.
No norte da África, a Argélia vive - desde o começo do ano - protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, que ocupa o cargo desde que venceu as eleições, pela primeira vez, em 1999; mais recentemente, a população do Marrocos também aderiu aos protestos, questionando o reinado de Mohammed VI. A onda também chegou à península arábica: na Jordânia, foi rápida a erupção de protestos contra o rei Abdullah, no posto desde 1999; já ao sul da península, massas têm saído às ruas para pedir mudanças no Iêmen, presidido por Ali Abdullah Saleh desde 1978, bem como em Omã, no qual o sultão Al Said reina desde 1970.
Além destes, os protestos vêm sendo particularmente intensos em dois países. Na Líbia, país fortemente controlado pelo revolucionário líder Muamar Kadafi, a população entra em sangrento confronto com as forças de segurança; em meio à onda de violência, um filho de Kadafi foi à TV estatal do país para tirar a legitimidade dos protestos, acusando um "complô" para dividir o país e suas riquezas. Na península arábica, o pequeno reino do Bahrein - estratégico aliado dos Estados Unidos - vem sendo contestado pela população, que quer mudanças no governo do rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, no poder desde 1999.
Além destes países árabes, um foco latente de tensão é a república islâmica do Irã. O país persa (não árabe, embora falante desta língua) é o protagonista contemporâneo da tensão entre Islã/Ocidente e também tem registrado protestos populares que contestam a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, no cargo desde 2005. Enquanto isso, a Tunísia e o Egito vivem os lento e trabalhoso processo pós-revolucionário, no qual novos governos vão sendo formados para tentar dar resposta aos anseios da população.
FONTE: Terra Notícias.

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