CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS SOCIAIS

31 de mai. de 2013

QUEM DIRIA, HEIN-2?

Por Osvaldo Coelho, ex-deputado federal por oito mandatos
A Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), com toda  experiência e sua sabedoria, estabeleceu um modelo de ocupação nos seus Projetos Públicos de Irrigação vitorioso, contemplando pequenos (6 a 10 hectares), médios (10 a 50 hectares) e grandes (50 a 150 hectares) produtores.

No Projeto Nilo Coelho, localizado em Petrolina, com área irrigada de 15 mil hectares, foram beneficiados 1559 pequenos produtores (unidades familiares) e 170 empresas, entre médios e grandes produtores. No Maria Teresa, também em Petrolina, com área irrigada de 4.088 hectares, foram 415 unidades familiares e 36 empresas.

A ideia de destinar lotes para grandes produtores era para que eles ao adotarem tecnologias modernas de produção, servissem de exemplo para os pequenos e médios produtores. Era o modelo mundial. É assim que se fez na Espanha, no México, na Argentina e até nos EUA, cujos últimos projetos implantados contemplavam unidades familiares para a população indígena daquele país. De mãos dadas, o Setor Público construindo os canais, e o Privado gerando emprego e renda com base nas culturas irrigadas.

Ressalte-se que o Nilo Coelho e o Maria Teresa são projetos de irrigação bem sucedidos, economicamente fortes e a expectativa que se tem é que eles continuem crescendo cada vez mais. São projetos emancipados, cuja administração e operação são feitos pelos próprios usuários por meio de um distrito. Era uma idéia democrática que buscava a transformação do trabalhador rural em um proprietário. O Projeto Pontal, com área irrigada de 7.641 hectares, foi concebido seguindo este modelo de ocupação. O parcelamento do projeto original previa 638 lotes para os pequenos e 92 lotes para empresas. Acrescente-se que quando da desapropriação das áreas no inicio da implantação do projeto, a CODEVASF negociou com os proprietários das terras que eles poderiam ser contemplados com lotes irrigados, desde que preenchessem os requisitos básicos exigidos pela empresa.

A região do sub-médio São Francisco apresenta uma massa fantástica de pessoas qualificadas que poderiam participar da licitação para adquirir um lote neste projeto. Aqui foram criados núcleos educacionais voltados para o campo agropecuário, a exemplo do Instituto Federal de Tecnologia e Educação (IF-Sertão), cursos de Administração com nível médio e superior, uma Escola de Agronomia na cidade de Juazeiro e duas Escolas de Agronomia em Petrolina. Esses jovens estavam na expectativa de serem selecionados para os lotes do Pontal.

Os donos do poder não querem que o Pontal siga o mesmo modelo do Nilo Coelho e do Maria Teresa. Esse modelo de PPP é estranhamente socialista. Na realidade é mega capitalista. Ao invés de beneficiar vários cidadãos, beneficia apenas um grande proprietário.

Eu quero dizer, que suspeito muito do sucesso deste modelo de PPP que está sendo adotado. Os projetos Nilo Coelho e Maria Tereza constituem patrimônio produtor e produtivo de Petrolina que a impulsiona para o desenvolvimento e para o progresso e tem sido apontada por muitos como o Brasil que deu certo.

Os senhores de Brasília estão distantes da nossa realidade e tomam atitudes e decisões incompreensíveis. Foi retirada dos estudantes e dos técnicos de ciências agrárias a oportunidade de terem um lote no Projeto Pontal. Esse novo modelo não tem compromisso com nenhum deles.

Isso chama-se um Pontal Errado.

Fonte: Blog do Jamildo

QUEM DIRIA, HEIN-1?

Por Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB
Sem um pio dos deputados do PT que, durante décadas, se elegeram com o apoio dos seus funcionários - grande parte deles petista - a Chesf, a maior estatal do Nordeste, vive aos 65 anos uma situação inusitada,  desconfortante, e, completamente inimaginada até poucos anos atrás: vai demitir a partir do segundo semestre deste mês mais de 2 mil funcionários.

Sob a alegação de que se trata de apenas um plano de “demissão voluntária”, a Chesf pretende, de uma canetada só, colocar no olho da rua cerca de  40% dos funcionários que a tem hoje.  A decisão já está sacramentada: se, voluntariamente, estes funcionários não “pedirem” para sair, serão demitidos e aí o corte não tem critério. Sairão todos os que forem necessários para cumprir o acordo feito com a Eletrobrás e o Governo Federal para fazer um enxugamento do setor elétrico.

O desmonte dos órgãos de desenvolvimento do Nordeste, dos quais a Chesf ainda é hoje o mais expressivo, começou com a redução da Sudene a uma simples agência da qual quase não se fala mais. Apesar de ainda ter um prédio no Recife, ela inclusive deixou de ser considerada pelo Governo Federal até mesmo para dar opiniões sobre a seca e vem claudicando a olhos vistos.

O DNOCS é hoje um órgão em extinção. A Codevasf, que atua no São Francisco, se prepara para transferir sua sede de Petrolina para Brasília onde, certamente, terá o mesmo fim dos demais.  O único que ainda permanece intocável é o que Banco do Nordeste, por conta da bravura do povo cearense que é capaz de levantar barricadas para defendê-lo, mas, mesmo assim,o BNB não é o mesmo de alguns tempos atrás quando, como a Sudene e a Chesf, compunha a tríade da referência desenvolvimentista de uma região que um dia sonhou em conduzir seu próprio destino.

O mais inusitado de tudo isso é que o “desmonte” se consolidou e segue, célere, na era do PT. O Partido dos Trabalhadores, pelo visto, transferiu a sua sanha corporativista para o sul e sudeste ou mesmo para a máquina governamental encastelada em Brasília, esquecendo da sua expressão nordestina.

Na verdade, a não ser que outra explicação venha por aí, a “ inteligência “ nordestina que carregou a bandeira vermelha pelas ruas e praças do Recife nas eleições passadas, deixou de ser referência para o Partido dos Trabalhadores.

O mais cruel no verdadeiro desmonte que se faz na Chesf é que a empresa deixa atrás de si não só milhares de pais e mães de família desempregados, mas um trabalho social significativo que desenvolvia em assentamentos de trabalhadores mantidos, sobretudo, em Pernambuco, e uma inegável contribuição ao desenvolvimento da cultura regional, função que vinha exercendo com desenvoltura até um ano atrás e foi suspensa sem choro nem vela.

Se a empresa estivesse no vermelho era perfeitamente entendível sua redução ou mesmo seu fechamento mas não é o caso. A Chesf é hoje a “joia da coroa” do setor elétrico brasileiro. Em 2012, por exemplo, teve um lucro de R$ 2 bilhões e 177 milhões.

Acontece que deixou se ser importante diante da ordem dada ao setor pela presidente Dilma que é a de transformar a Eletrobrás na Petrobrás do setor elétrico. Como a Chesf é a empresa que mais dá lucro nesta área será a mais sacrificada em termos de estrutura e funcionários para que os recursos que possui sejam transferidos à Eletrobrás como mais celeridade.

Inverte-se desta forma a lógica do desenvolvimento regional criada pela Cepal e pelo economista paraibano Celso Furtado. Subvertendo tudo que a esquerda pensou antes da ditadura, Dilma introduz o desenvolvimento concentrado em Brasília do qual o Nordeste já sabe que não participa.

Mas quem tem bolsa família para “comprar os votos” dos miseráveis – e o Nordeste tem muitos – porque se preocupar com desenvolvimento regional ? Para o PT isso é tudo coisa do passado.

Fonte: Blog do Jamildo

NOVO FEDERALISMO-8: EM ARTIGO, REPRESENTANTE DO GOVERNO DE PERNAMBUCO CRITICA DEPENDÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL



"Coronelismo, enxada e voto"

Por Tadeu Alencar, Procurador da Fazenda Nacional e Secretário da Casa Civil de Pernambuco

O Brasil mudou, mas as disparidades regionais e as desigualdades continuam gritantes. O arcabouço tributário brasileiro foi desenhado sob inspiração ditatorial, pelas mãos de Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos. O resultado foi a grande concentração de tributos na União, vis-à-vis os demais entes, o que não se compadece com o necessário equilíbrio federativo. Em 1988 ficou assentado que 77% dos recursos arrecadados seriam compartilhados com Estados e Municípios. Ocorre que tal divisão foi radicalmente desfigurada, sendo compartilhados, no ano de 2012, apenas 37% das receitas da União, fazendo tabula rasa à Carta Política de 1988.

Dois os fatores que impuseram graves danos ao federalismo brasileiro, sobretudo porque Estados e municípios se viram forçados a assumir novas obrigações, de responsabilidade da União. Crescendo a volúpia arrecadatória, os governos da União, de diversos matizes, investiram no aumento da carga tributária pela via das contribuições sociais, diminuindo o peso dos impostos, uma vez que aquelas não são compartilhadas com as esferas subnacionais.

Acresce que, a partir de 2008, o Fundo de Participação dos Estados e o dos Municípios viram-se atingidos pela desoneração dos impostos federais, política anticíclica que, à época, produziu inegável efeito para estimular o consumo, a manutenção dos empregos e a produção, fazendo com que o Brasil passasse ao largo da crise de então.

Com o recrudescimento dessa mesma crise, em 2011, e o consequente desaquecimento da economia, verificou-se uma brutal frustração de receitas de Estados e Municípios, materializando o chamado “federalismo de pires na mão”.

Igualmente crucial ao federalismo brasileiro são as desigualdades regionais. A despeito dos avanços econômicos e sociais vivenciados pelo Brasil, as desigualdades entre as suas regiões ainda marcam a sua combalida geografia.

Desta forma, a redução da atividade econômica, a mudança no perfil do bolo tributário a ser dividido, as políticas de desoneração tributária, agravadas pela maior estiagem dos últimos 60 anos e pelas desigualdades regionais, tornaram a situação de Estados e municípios, no Nordeste, de manifesta vulnerabilidade.

Em Pernambuco, onde sopra o branco-azul da liberdade, o governo do Estado criou este ano o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Municipal, uma forma inovadora, engenhosa, de apoiar os municípios em tempos de crise, para dinamizar a economia local e assegurar recursos em áreas estratégicas.

Além do mais, os recursos são repassados fundo a fundo, o que permite vencer os gargalos burocráticos, sem fragilizar os controles, o que garante a sua justa distribuição e o equilíbrio entre as diversas regiões, dando concreção ao grito por um novo Pacto Federativo, empunhado, com autoridade, pelo governador Eduardo Campos.

Lembrou-me agora, decerto impropriamente, o excepcional trabalho de Vitor Nunes Leal, Coronelismo, Enxada e Voto, que nos faz pensar nas razões pelas quais, historicamente, sempre houve dependência entre as províncias e o poder central, em face da troca de favores que durante muito tempo foi a base do Estado brasileiro, em especial na República Velha.

O Brasil experimenta o mais longo período democrático de sua história, mas, enquanto as políticas públicas a cargo de Estados e municípios se mantiverem na dependência de transferências voluntárias da União, é o caso de se pensar que ainda vivemos tempos de vassalagem. Ainda bem que Pernambuco “só se curva para agradecer”.

Fonte: Blog do Jamildo/Jornal do Commercio

23 de mai. de 2013

A REALIDADE POLÍTICA-PARTIDÁRIA BRASILEIRA...


REPRODUZINDO ARTIGO do Deputado Daniel Coelho:

Barbosa queria muito que os partidos brasileiros fossem de mentirinha. Infelizmente, são de verdade.
A declaração do presidente do STF, Joaquim Barbosa, dizendo que temos partidos de mentirinha no Brasil, causou reações de alguns políticos. Para mim puro cinismo e corporativismo reagir a uma declaração que simplesmente fala de uma verdade escancarada.

Um dos maiores problemas na política brasileira está no seu quadro partidário. Com poucas, raríssimas exceções, os partidos brasileiros não representam nada. Ate porque não é possível termos mais de 30 ideologias partidárias.

A história da política brasileira, hoje, é a seguinte: um pequeno grupo de “políticos” sem nenhum compromisso público detém o controle cartorial dos partidos. Estes, sem defender nenhuma tese ou ideia, negociam cargos com os governantes federais, estaduais e municipais, independente de quem seja o governante. Esses cargos se transformam, muitas vezes, em oportunidades para criação de esquemas de corrupção. Nenhuma novidade nisso, Roberto Jefferson escarou esse jogo. Além dos cargos e vantagens, os partidos têm direito ao fundo partidário e a tempo na televisão, que no momento eleitoral é negociado a preço de ouro.

Agora criaram uma nova indústria, a dos novos partidos. Os chamados “nanicos”, talvez não tenham tamanho para barganhar ministérios, mas só receber fundo partidário mesmo sem ter votos, parlamentares eleitos ou sequer um bandeira política, já é um escândalo.

Democracia não pode ser farra com dinheiro do contribuinte. Ano que vem temos eleição, mas o filme já sabemos: a grande maioria dos partidos deve apoiar o PT e a reeleição de Dilma. Porém, em caso de vitória da oposição, esses mesmos partidos não amanhecem o dia primeiro de janeiro de 2015 junto ao PT. Todos eles vão ser aliados do governante da vez, jogando o voto do povo pela janela, junto com a coerência que nunca existiu.

A maior das reformas políticas tem que ser feita pelo eleitor, dizendo não a esses partidos de mentirinha, que sempre estarão no mesmo lugar, no poder, procurando vantagens pessoais para uma meia dúzia de dirigentes.

Fonte: Blog do Jamildo

Comentário: Parabéns Deputado pelo artigo e pela sinceridade!

21 de mai. de 2013

NOS BASTIDORES DA MP DOS PORTOS...



Donos de portos financiaram políticos:

Um grupo de 28 empresas e famílias que exploram portos no Brasil injetou pelo menos R$ 121,5 milhões em campanhas eleitorais e na direção de partidos políticos em apenas três anos, de 2010 a 2012.
As empresas tinham interesses diversos na discussão da Medida Provisória dos Portos, proposta de alteração das regras do setor apresentada pelo governo Dilma no fim de 2012 e aprovada no Congresso na semana passada.
Parte dessas companhias defendia desde o início as alterações por acreditar que abririam espaço para novos negócios. Entre elas estão nomes como Odebrecht, Triunfo e o grupo de Eike Batista.
Do outro lado estavam companhias como Santos Brasil e Libra Holding, operadoras de terminais que temiam perder espaço. Nos bastidores, as empresas tentaram inserir mudanças no texto quando perceberam que a medida seria aprovada.
Duas entidades operaram o lobby no Congresso: a ABTP, dos terminais portuários, e Abratec, dos terminais de contêineres. Os presidentes da ABTP, Wilen Manteli, e da Abratec, Sérgio Salomão, estiveram no Congresso e conversaram com parlamentares ao longo da votação.
Outro nome do lobby empresarial foi Richard Klien, sócio do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, na Santos Brasil. A empresa administra o maior terminal de contêineres do país e registrou no ano passado uma receita de R$ 1,3 bilhão.
A Folha apurou que, nos dias que antecederam a votação da MP, Klien manteve conversas com líderes políticos em Brasília. Procurada, a assessoria do empresário não havia confirmado nem negado a informação até a conclusão desta edição.
Klien e seus familiares doaram R$ 3,6 milhões como pessoas físicas. Desse total, metade foi para o comando nacional do PMDB. Klien é antigo apoiador do senador José Sarney (PMDB-AP).
O grupo empresarial sob controle de Dantas, que inclui o banco Opportunity e a Agropecuária Santa Bárbara, doou mais R$ 3,9 milhões, 97,4% dos quais para a Direção Nacional do PT.
O maior doador do setor de portos foi o grupo Odebrecht, com R$ 66 milhões. O PT recebeu 36% desse volume, seguido por PSDB (28,5%) e PMDB (22%).
A Libra Holdings direcionou 57,5% de suas doações para o PSB, partido do ministro Leônidas Cristino (Secretaria Especial de Portos).
O valor doado pelo setor de portos nesses três anos equivale a tudo o que foi arrecadado pelos prefeitos eleitos de 26 capitais em 2008, em valores nominais.
O setor de planos de saúde doou, no ano de 2010, R$ 11,8 milhões por meio de 48 empresas, segundo estudo de pesquisadores da UFRJ e da USP.
OUTRO LADO
O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, afirmou à Folha que as doações não ajudaram no diálogo com o Congresso sobre a Medida Provisória dos Portos.
Segundo ele, as empresas ou seus sócios fazem repasses aos partidos de forma independente, sem discutir com a associação. "As doações são feitas pelas empresas. Isso está fechado a sete chaves. Nem sei como a turma faz isso. É algo que nunca discutimos."
A Santos Brasil afirmou, por meio da assessoria, que "não faz lobby e nunca atuou para derrubar ou mudar a MP". A empresa disse que considerou a medida positiva e "está pronta para aproveitar as oportunidades de negócio criadas pelo novo modelo portuário".
A Odebrecht afirmou, também por meio da assessoria, que "faz suas doações em prol da democracia e do desenvolvimento econômico e social do país" e classificou a medida como "um marco histórico no esforço do país para superar os entraves ao nosso desenvolvimento".
O grupo Libra disse que as doações de campanha da empresa e de acionistas foram registradas e feitas "em função da identificação com programas dos partidos e relacionamentos de longo prazo".
A empresa afirmou que é favorável à medida em "todos os seus aspectos que estimulam os investimentos e aumentam a concorrência". 
 
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/05/1282096-donos-de-portos-financiaram-politicos.shtml, 21/052013

Comentário: Depois o Congresso Nacional ainda acha que Ministro Joaquim Barbosa fala demais...

17 de mai. de 2013

NOS BASTIDORES DA SECA NO NORDESTE BRASILEIRO, ETC...



Boa Tarde, Leitores(as): 


Hoje (17/05/2013) no Blog do Jamildo saiu um post de autoria de uma deputada estadual em PE intitulado “A Rebelião Nordestina” onde entre algumas coisas que aborda, aborda a questão da seca no nordeste, a revolta das prefeituras municipais, a indústria do voto em prol do governo federal alimentada pelos programas sociais, etc.

Não sou daquelas que costuma apenas ver as coisas de ruim e olhar apenas um lado das coisas e, temos que aprender a “dar a César o que é de César” e “dar nome aos bois” para que não fiquemos com uma visão parcial dos fatos:

A seca no Nordeste não é de hoje! Países que possuem locais mais secos que o Nordeste Brasileiro convivem com a seca e com fartura! Os Países frios também têm seus longos períodos anuais de seca devido à água congelada e convivem bem com esta realidade e com fartura! Tecnologia não falta para se resolver a indústria da seca no Brasil! Falta sim é vontade política e vergonha na cara do povo para aprender a votar certo e se empoderar dos mecanismos de cobrança, controle e fiscalização já existentes e até mesmo sugerir o aperfeiçoamento destes mecanismos e criação de outros mecanismos!

Há mais de 6 meses que o dinheiro do Programa "Água Para Todos" está disponível para o Nordeste, porém o Governo Dilma colocou como norma não aceitar mais como contrapartida dos Estados para projetos como obras de infraestrutura de engenharia, etc, a serem solicitados ao Governo Federal bens físicos (instalações, veículos, salários dos servidores, etc.) por parte dos Estados mas sim contrapartida em dinheiro! Logo, se a seca está trazendo as consequências que está não é por falta de dinheiro e de aviso, pois inclusive cerca de dois anos atrás já se sabia que esta seca estava chegando! Por que as prefeituras e os Estados não tomaram as devidas providências e não efetuaram as respectivas contrapartidas financeiras para que programas como o “Água Para Todos” fossem executados com antecedência?

O que falta é planejamento estratégico, vontade política, investimento em prioridades para o povo (e não em prioridades de projeto de poder de partidos políticos...) e muitas empresas privadas deixarem de junto com muitos políticos desviarem tantos recursos públicos! Ninguém mais fala da empresa Delta que desviou milhões das obras da transposição do São Francisco!

Não resta dúvida que uma seca como esta que o Nordeste está enfrentando é uma indústria de voto para os governos federal, estaduais e municipais, porém, neste caso da seca, já imaginaram se não existissem as bolsas da vida dos programas sociais? As coisas estariam muito pior!

Como se vê, o problema não é a máquina inchada, nem os funcionários públicos e nem os trabalhadores da iniciativa privada, mas, sim a corrupção praticada por grande parte dos nossos políticos e muitas empresas privadas que no Brasil agem como capitalistas selvagens e andam de mãos dadas com estes políticos corruptos!

Não sou contra a iniciativa privada, mas, é urgente que a sociedade tenha um controle mais eficaz, eficiente e efetivo sobre os recursos públicos, pois se continuar deixando esta vigilância nas mãos dos políticos e das empresas privadas que bancam as suas campanhas continuarão as coisas sem mudar e continuará o jogo de não se assumir a responsabilidade e dizer que “tudo que está sendo feito está sendo feito para modernizar o Brasil e em prol de prestação melhor de serviços para a sociedade”... Precisamos urgente sair da democracia representativa para a democracia participativa, logo, é urgente as reformas políticas e administrativas no Estado Brasileiro e, o povo mudar o seu comportamento em relação ao voto, etc.

Nas sociedades que avançaram na questão de combate a corrupção as empresas privadas e agentes públicos são monitorados pela população, mecanismos de controle social existem e são eficazes e eficientes, a justiça não é devagar quase parando quando se trata de investigar e punir os crimes de colarinho branco, as leis valem para todos(as) e são aplicadas sem favorecimento a quem quer que seja, a sociedade pratica uma democracia participativa e não apenas representativa, projetos e programas e iniciativas como esta de parcerias público-privadas são debatidas com a sociedade e são criados mecanismos de controle para monitoramento por parte da sociedade, etc.

Que adianta privatizar portos, aeroportos, etc, se isto não foi debatido com a sociedade e ela não sabe os benefícios destas privatizações a curto, médio e longo prazo para a sociedade?

O que tem sido feito e será feito dos recursos dos nossos impostos que foram investidos e continuarão sendo investidos mesmo nestas infraestruturas que estão sendo privatizadas?

Quais as garantias e como ficam os direitos trabalhistas e a questão socioambiental destas privatizações a curto, médio e longo prazo?

Quanto estas empresas que têm adquirido e estão adquirindo os lotes das privatizações estão investindo e irão investir no financiamento das campanhas eleitorais? Você tem monitorado isto em relação aos candidatos e vota de forma consciente de que seu candidato realmente representa os interesses do bem comum da sociedade?   

Onde fica a Constituição Brasileira que diz em seu Art. 37 diz que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”?

Onde fica o princípio administrativo do Direito Público que afirma que “o princípio da eficiência implica na adoção dos requisitos da presteza, qualidade, responsabilidade e que as ações públicas devem atender sempre um objetivo que realmente expresse a necessidade e a vontade pública, logo, os interesses particulares não podem regular a administração pública”?

Que futuro terá a sociedade brasileira quando vemos políticos que estão sendo processados por crimes de corrupção sendo colocados à frente de projetos de leis como, por exemplo, que restringem os direitos e ações do Ministério Público, que alteram a Lei da improbidade administrativa, que restringem a atuação do STF?

Que futuro terá a sociedade brasileira quando vemos no Congresso Nacional um projeto que pretende legalizar a prostituição como profissão? Ora a categoria trabalho é muito bem definida sociologicamente e economicamente e tem como alguns dos objetivos promover a dignidade do ser humano e o desenvolvimento (e não apenas crescimento) socioeconômico de uma nação!         

Infelizmente a maioria das pessoas no Brasil acha que comida e água nascem nas prateleiras dos supermercados e que as privatizações seja qual modelo for como a sua mais nova vertente (as parcerias público-privadas ou PPP) resolverão tudo e farão a sociedade evoluir em prosperidade e bem-estar socioeconômico achando inclusive que questão socioambiental é coisa de gente idealista, etc, passando como um trator em prol de um PAC de não sei o que, etc.

Esquecem assim que a História e os registros arqueológicos estão aí para mostrar que as grandes civilizações que ruíram e hoje só restam vestígios no fundo dos mares ou encobertos por florestas chegaram a este caos civilizatório socioambiental, político e econômico devido aos seguintes erros que em geral em menor ou maior grau todas as civilizações atuais na Terra estão repetindo: corrupção e decadência ética, social, política, econômica e destruição ambiental!      

E ainda tem gente que coloca a culpa na seca, em Deus, em São Pedro, nos funcionários públicos, nos serviços públicos, na classe média (como recentemente fez a filósofa e uma das mentoras intelectuais do PT, a Marilena Chauí que disse odiar a classe média por esta classe ser "uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante" tendo sido bastante ovacionada pelos presentes que assistiam a sua palestra), etc...Será por isto que a classe média tem sido tão achatada nestes dez anos de Governo do PT à frente da Presidência da República e que tem aumentado muito o desvio de recursos públicos por parte de muitos políticos ficando eles milionários da noite para o dia para assim escaparem de ser classe média, para não dizer outra coisa? Acorda classe média e povo brasileiro...
Ass. Carmem