CIÊNCIAS SOCIAIS

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21 de fev. de 2013

RETIRANDO DO BAÚ 13: DATAS COMEMORATIVAS DE PERNAMBUCO-LEMBRANÇAS DE UMA HISTÓRIA QUE VEZ POR OUTRA, AQUI E ACOLÁ SE REPETE E JAMAIS DEVEMOS ESQUECER E NOS CONFORMAR...

   
Brasão da Cidade do Recife: Símbolos de fé, força e esperança completam o visual da bandeira do Recife. São eles: a cruz, representando a colonização portuguesa, que trouxe o cristianismo para o Brasil; o leão neerlandês coroado, em amarelo, remetendo ao escudo de armas de Maurício de Nassau e ao Leão do Norte, apelido adquirido por Pernambuco pelo seu potencial histórico de lutas e, por fim, o sol e a estrela, ambos em amarelo, aludindo ao nosso astro maior e à representação da república brasileira, considerada originária das terras pernambucanas, através do movimento de 1817. 
Brasão do Estado de Pernambuco: O brasão de Pernambuco foi oficializado pelo governador Alexandre José Barbosa Lima (1892-1896), em 1895. O leão representa a bravura do povo pernambucano; os ramos de algodão e de cana-de-açúcar simbolizam riquezas do estado; o sol é a luz cintilante do equador; as estrelas são os municípios. Ainda estão no brasão o mar de Recife e o farol do Forte da Barra, de onde se vê a cidade de Olinda. Na faixa, aparecem as datas históricas mais importantes do Estado: 1710 (guerra dos Mascates), 1817 (Revolução Pernambucana), 1824 (Confederação do Equador) e 1889 (Proclamação da República).

Datas dos Brasões e Seus Significados: 

1537= Fundação do Recife;
1637= Expulsão dos holandeses de Recife;
1710= Guerra dos Mascates: Confrontaram-se os senhores de terras e de engenhos pernambucanos (aristocracia), concentrados em Olinda, e os comerciantes portugueses do Recife, chamados pejorativamente de mascates. Em 1711 os mascates recifenses atacam Olinda, provocando incêndios e destruição em vilas e engenhos na região. O conflito finalizou com a Coroa Portuguesa nomeando outro governador para Pernambuco e a equiparação de Recife ao mesmo status de Olinda;
1817= Revolução Pernambucana (Revolução dos Padres): Dentre as suas causas destacam-se a crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e a influência das idéias  Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas. O movimento iniciou com ocupação do Recife, em 6 de março de 1817.   O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se apossaram do tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a República. Tropas enviadas da Bahia avançaram pelo sertão pernambucano, enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8000 homens cercavam a província. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas portuguesas entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte. Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco a comarca de Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), tornando-se província autônoma. Essa havia sido anexada ao território pernambucano ainda na segunda metade do século XVIII, juntamente a Ceará e Paraíba, que também se tornaram autônomas ainda no período colonial, em 1799. Também a comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, como recompensa, puderam formar uma província independente.
1823= Mudança do nome de “Vila de Santo Antônio do Recife” para “Cidade do Recife”;
1824= Confederação do Equador: foi um movimento revolucionário, de caráter emancipacionista (ou autonomista) e republicano ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil. Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de  D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do país. A revolução queria a formação de uma república baseada na constituição da Colômbia. A dissolução da Assembleia Constituinte por D. Pedro I do Brasil em fins de 1823 não foi bem recebida em Pernambuco. Dois navios de guerra (Niterói e Piranga) foram enviados para Recife para fazer a lei ser obedecida. O comandante da pequena divisão naval, o britânico John Taylor. Não alcançou sucesso. Os Liberais se recusaram veementemente a reempossar Paes Barreto e alardearam: "morramos todos, arrase-se Pernambuco, arda à guerra". Em 2 de agosto o Imperador enviou uma divisão naval comandada por Cochrane, composta por uma nau, um brigue, uma corveta e dois transportes, além de 1.200 soldados liderados pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva. As tropas desembarcaram em Maceió, capital da província de Alagoas, de onde partiram em direção a Pernambuco. As forças legalistas logo se encontraram com Paes Barreto e 400 homens que se uniram à marcha. Ao longo do caminho, as tropas foram reforçados por milicianos que aumentaram o contingente para 3.500 soldados. A maior parte da população de Pernambuco, que vivia no interior, incluindo os partidários de Paes Barreto e mesmo os neutros ou indiferentes a disputas entre as facções, permaneceu fiel a monarquia.
Enquanto isso, Cochrane, que já se encontrava em Recife bloqueado a cidade, buscou convencer Paes de Andrade a render-se e assim evitar mortes desnecessárias. Andrade recusou a oferta, alegando que preferiria morrer lutando "no campo da glória". Em 12 de setembro as forças terrestres lideradas pelo Brigadeiro Lima e Silva e Paes Barreto atacaram Recife. Manuel Carvalho Paes de Andrade, que jurara lutar até a morte, fugiu escondido sem sequer avisar a seus homens juntamente com Natividade Saldanha e partiram para um navio britânico. Os rebeldes, sem liderança e desmotivados, foram completamente derrotados cinco dias mais tarde. Alguns poucos liderados por frei Caneca lograram escapar e foram em direção ao Ceará. Acreditavam poder unir forças com os revoltosos daquela província. Poucas semanas mais tarde foram completamente derrotados por tropas legalistas. Alguns morreram, como João Soares Lisboa, e Alencar Araripe (assassinado por seus próprios homens), enquanto outros foram encarcerados, como Caneca. Não tiveram melhor sorte os rebeldes na Paraíba, que foram aniquiladas rapidamente por tropas da própria província. O processo judicial para apurar os culpados iniciou-se em outubro de 1824 e estendeu-se até abril de 1825. Das centenas de pessoas que participaram da revolta nas três províncias, somente 15 foram condenadas à morte, dentre elas, frei Caneca e Pe. Mororó. As execuções das lideranças puseram fim ao movimento, cujo lema era "Religião, Independência, União e Liberdade", e custaram a Província de Pernambuco a perda de parte de seu território (a antiga comarca de Rio São Francisco), incorporada à província da Bahia. O movimento deixou também um rastro de rivalidades mortais, estagnação econômica e confrontos políticos por toda a região. Todas as demais foram perdoadas por Pedro I em 7 de março de 1825.
1827= Elevação do Recife a condição de Capital Oficial do Estado de PE;
1889= Proclamação da República.
Fontes: http://www.pe.gov.br/conheca/simbolos; http://www.recife.pe.gov.br/pr/simbolos.php; http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Mascates; http://pt.wikipedia.org/wiki/Recifehttp://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/guerra-dos-mascastes/guerra-dos-mascastes-1.php

Comentários de Carmem: Apesar de proclamada a República há mais de 100 anos atrás, porventura não se comporta a República Brasileira ainda nos dias de hoje com resquícios absolutista monárquico seja pela presença de seus Coronéis (figuras existentes até o dia de hoje no cenário político brasileiro), seja por decretos/medidas provisórias emitidas de forma indiscriminada pelo Poder Federal Central onde o povo e as suas representações políticas das federações nem sequer são consultados sobre as decisões palacianas brasilienses que interferem diretamente nos destinos e autonomia Estaduais, sem considerar as peculiaridades e particularidades regionais e locais, sendo a última desses dias a Medida Provisória que passa a gestão dos Portos Estaduais para o Governo Federal?
Infelizmente (por descuido, herança e aparato jurídico e político atrasado, etc.), vez por outra, aqui e acolá a História se repete e, mais uma vez, de forma oculta devido a “objetivos dissimulados” (estratégias de um projeto de poder de um partido) emanados de um Poder Central, não estaria PE mais uma vez sendo punido por estar na vanguarda de muitas coisas e pela ousadia em aspirar novas coisas?
Eu hein, que coincidência...!!! Fazendo uma analogia, parece que mexer na memória histórica da família imperial no Brasil para realizar descobertas historiográficas em suas catatumbas conforme ocorrido recentemente está contribuindo para cada vez mais despertar e aguçar  algo estranho (práticas estranhas) em algumas pessoas e instituições republicanas, coisas estas que apesar de estranhas ao mesmo tempo nós, pernambucanos(as), bem conhecemos e jamais devemos esquecer e nos conformar...   
Com certeza, realmente é urgente e precisamos de um novo Federalismo, um novo paradigma e uma nova forma de fazer política no Brasil...        

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