CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS SOCIAIS

23 de jun. de 2015

PARA REFLETIR: QUE CRISE É ESTA ??????????

 


A professora associada da FDC e ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva, falou aos participantes do Executive MBA na última segunda-feira, dia 15 de junho, no Campus Aloysio Faria, sobre o Brasil na atualidade. 

Marina Silva iniciou sua palestra falando sobre sua percepção de que, não apenas o Brasil, mas o mundo, vive uma crise civilizatória, que é composta por múltiplas crises: econômica, social, ambiental, política e de valores. Para a palestrante, o cenário político atual no Brasil deve-se, em parte, a um esgotamento das instituições que operam o processo político. Ela acredita que, apesar de existirem diversas formas de participação na democracia, como os sindicatos, ONGs, etc., as pessoas estão demandando mais participação, além de possibilidades de protagonismo e de autoria. 

Outro problema apontado pela palestrante é a estagnação do modelo de governança do Brasil. Para ela, é necessário que se faça um realinhamento político capaz de pensar uma governabilidade que esteja alicerçada em um programa de governo – como acontece nas democracias modernas –, o que dará maior legitimidade ao governante perante o povo e perante sua base aliada. 

Marina ressaltou que as crises civilizatórias são difíceis de resolver porque não temos um acervo de experiências em relação a elas, mas já é uma vantagem sabermos que estamos vivendo tal crise. Para ela, na base da crise civilizatória, está uma crise de valores, que tem a ver com o sistema ético adotado por um povo, comunidade ou, até mesmo, por uma empresa em um dado momento de sua existência. 

“Há uma crise de valores porque, no meu entendimento, nós estamos vivendo um pouco, bastante até, sob a égide da ética relativa. Isto faz com que, no aspecto ambiental, a gente separe economia de ecologia, política de ética. Na economia, sacrificamos os recursos de milhares de anos pelo lucro de apenas algumas décadas”, ressaltou a professora, ao comparar a “ética relativa”, que se adapta às circunstâncias, com a “ética rigorista”, que não se transforma com a cultura e a história. 

Outra questão levantada como um dos elementos para termos chegado ao cenário atual é o padrão civilizatório que estabeleceu o ideal do “ter” em detrimento do “ser”. No entanto, segundo a professora, há limites para o “ter”, que podem ser vistos no esgotamento do nosso planeta. 

Em relação ao aspecto econômico, Marina falou sobre a necessidade de se transformar vantagens comparativas em vantagens competitivas. Ela ressaltou que o Brasil tem muitas vantagens comparativas, mas não consegue transformá-las em vantagens competitivas. “Ainda somos gigantes pela própria natureza. Ainda não somos gigantes pela natureza das decisões que tomamos”, completou.

A professora acredita que é preciso persistir para promover mudanças. “Os problemas são graves, não podemos subestimá-los, mas é fundamental persistir na boa governança – não se pode mudar as políticas e as prioridades porque mudaram o partido e o governo. A composição tem que ser programática, e uma reforma política, que é tão importante, não vai começar pela lei, pelas estruturas. Vai começar pelas posturas”, ressaltou Marina. 
Fonte: http://www.fdc.org.br/blogexecutivemba/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=367

Nenhum comentário:

Postar um comentário