CIÊNCIAS SOCIAIS

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17 de out. de 2010

A DIFÍCIL UNIÃO ENTRE OS POVOS E NAÇÕES E A PROBLEMÁTICA AQUISIÇÃO DOS DIREITOS DE CIDADANIA PELOS IMIGRANTES!


- É bastante interessante refletir sobre as consderações da Chanceler Alemã (Ângela Merkel) sobre a sua declaração de que "a sociedade multicultural na Alemanha fracassou".
a publicação do referido artigo abaixo:

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou neste sábado que os esforços de seu país para construir uma sociedade multicultural "fracassaram completamente".
Em uma reunião com as lideranças jovens seu partido (a União Democrata Cristã (CDU), Merkel disse que a ideia de pessoas de origens culturais diferentes vivendo lado a lado pacificamente não está funcionando na Alemanha.
Segundo a chanceler, o Islã já faz parte da Alemanha, mas os imigrantes precisam se esforçar mais para se integrar, incluindo aprender o idioma alemão. "O importante agora é saber como lidar com essa questão. E a integração é algo crucial, porque o número de jovens no nosso país com origens estrangeiras está crescendo", afirmou Merkel.
Ela citou o exemplo de Frankfurt, onde duas em cada três crianças abaixo de 5 anos são estrangeiras ou de descendências não-alemã.
Estratégias ineficientes
"No início dos anos 60, nosso país chamou os trabalhadores estrangeiros para vir para Alemanha. E agora que eles vivem aqui, nós costumávamos brincar, dizendo 'eles não vão ficar, cedo ou tarde eles vão embora'. Mas essa não é a realidade", disse a presidenta.
"E é claro que a maneira que estamos tentando construir uma sociedade multicultural e viver lado a lado uns dos outros... Essa estratégia fracassou, fracassou completamente", disse Merkel, lembrando que as políticas ineficientes dos últimos 30 ou 40 anos não serão corrigidas facilmente.
Segundo a rede alemã Deutsche Welle, a afirmação da chanceler foi uma reação ao discurso de Horst Seehofer, líder do partido União Social Cristã (CSU). Na sexta-feira, ele havia dito que seu partido era contra a integração com estrangeiros e seus descendentes: "O multiculturalismo está morto".
Há uma semana Merkel se reuniu com o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e ambos se comprometeram a ampliar os esforços para melhor integrar na sociedade alemã os 2,5 milhões de turcos que vivem no país.


A chanceler Angela Merkel exigiu neste final de semana dos imigrantes que aceitem os valores da Alemanha, intervindo no debate sobre a integração que vem dividindo o país há semanas. Ela enterrou o modelo de uma Alemanha multicultural onde coabitariam harmoniosamente culturas diferentes: "a visão de Multikulti" - "de vivermos lado a lado e nos alegrarmos com isso" - "fracassou, fracassou totalmente", disse Merkel durante pronunciamento para as Juventudes Conservadoras.
Segundo Merkel, os imigrantes devem se integrar e adotar a cultura e os valores alemães: "sentimo-nos ligados a valores cristãos. O que não aceitar isto não tem lugar aqui". "Subvencionar os imigrantes" não basta, a Alemanha tem o direito "de fazer exigências" em relação a eles, prosseguiu, citando como exemplo o domínio do idioma e a não existência de casamentos forçados.
Para favorecer a integração, o governo acaba de decidir financiar a formação completa de líderes religiosos, os imãs, nas universidades alemãs. A maior parte vem hoje da Turquia, com um parco conhecimento do alemão. O próprio presidente turco Abdullah Gül exortou seus compatriotas, que formam a maior comunidade estrangeira na Alemanha, a aprender a "falar fluentemente, sem sotaque" a língua de Goethe.
Merkel afirmou, no entanto, que a imigração era necessária devido à falta de mão de obra qualificada (400 mil pessoas, segundo a Câmara de Comércio e Indústria), ao mesmo tempo em que alguns conservadores gostariam de fechar essa válvula. Ela acrescentou que "o Islã faz parte da Alemanha", retomando uma fórmula recente do presidente Christian Wulff (do partido CDU) que causou indignação em uma parte dos cristãos-democratas (CDU-CSU).
Merkel, cuja coalizão conservadora-liberal está em queda livre nas pesquisas, com a aproximação das seis eleições regionais em 2011, tenta reunir tendências divergentes de seu partido e voltar a mobilizar os eleitores, comentava a mídia alemã. "Merkel integra as opiniões dos líderes Seehofer e Wulff", considerava a revista Focus. Horst Seehofer, líder da CSU bávara que corteja os votos mais à direita, vinha dizendo desde sexta-feira que "a Multikulti morreu".
A Alemanha não "tem mais necessidade de imigrantes de países de culturas diferentes como os turcos e os árabes" para os quais é "mais difícil" a integração, havia dito. A chanceler decidiu, então, intervir num debate que inflama o país, estimam analistas.
A Alemanha está em ebulição desde a publicação neste verão por um funcionário de alto escalão do Banco Central, Thilo Sarrazin, de um panfleto segundo o qual o país "embrutece" sob o peso dos imigrantes muçulmanos. Seu livro, "a Alemanha se desfaz" (numa tradução livre), tornou-se um sucesso. Uma avalanche de pesquisas mostram que a maioria dos alemães aprova as teses de Sarrazin.
Um estudo mostra mais de 50% dos alemães tolerando mal os muçulmanos que, com 4 milhões de pessoas, representam cerca de 5% da população. Mais de 35% estimam que a Alemanha "submerge" em relação aos estrangeiros e 10% acham que deveria ser dirigida "com mão firme" por um "Führer". O secretário-geral do Conselho central de judeus da Alemanha, Stephan Kramer, preocupa-se com o que chamou de um debate "desmesurado, hipócrita e histérico" numa sociedade alemã que, segundo ele se radicaliza.
"Oito semanas transcorreram apenas desde a publicação, por Sarrazin, de sua tese de declínio, e mais o debate prossegue, mais o nível baixa", comentava domingo a revista Der Spiegel.

FONTE: Terra Notícias.

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