CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS SOCIAIS

18 de dez. de 2010

UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE OS PAÍSES QUE SEMPRE OCUPAM OS PRIMEIROS LUGARES NO RANKING MUNDIAL DAS SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS

- O ranking mundial anual dos países em relação ao critério democracia (o Freedom in the World) demonstra uma peculiaridade das nações que ocupam os dez primeiros lugares (Noruega, Suécia, Finlândia, Suíça, Dinamarca, Nova Zelândia, Holanda, Irlanda, Alemanha e Reino Unido): que este países são compostos por diferentes sistemas e formas políticas de governo, variando desde monarquias até repúblicas parlamentaristas com características bem diversificadas e curiosas como é o caso da Suiça onde as instâncias maiores de poder não estão sob o controle de um presidente ou primeiro ministro mas sim do Conselho Federal (composto por um Conselho Nacional e pelo Conselho dos Estados) e onde também é muito frequente a realização de referendos, quer a nível federal, quer a nível cantonal (estadual) valendo salientar que os resultados de um referendo federal não implicam a obediência de uma lei referendada por um cantão (Estado) que tenha votado contra, ou seja, se um cantão (Estado) votar contra uma lei e em todos os outros cantões (Estados) fora aceite, essa lei não entra no cantão (Estado) que tenha votado efetivamente contra.
- Assim, estas realidades tão distintas de sistemas e formas de governo presentes nestes Países que ocupam os dez primeiros lugares no Relatório Freedom in the World nos mostram também que não são mudanças nominais de sistemas e formas de governo que apenas garantem de fato a plena democracia nos povos e nações da Terra mas, sim, amadurecimento de uma consciência coletiva a respeito do que de fato é democracia, práticas (práxis) políticas democráticas em todas as instâncias e arcabouço jurídico adequado nas estruturas e conjunturas sócio-polítcas que estimulem e possibilitem de fato o exercício da democracia.
- Outro detalhe a ser observado é que todos os Países que ocupam os dez primeiros lugares apesar de serem nações cujos governos são constitucionalmente laicos, as práticas religiosas da população são declaradas majoritariamente cristãs e, em sua maioria, com algumas excessões, majoritariamente protestantes em seus diversos segmentos (luteranas, anglicanas, etc). Assim, apesar de hoje as populações destes Países acharem que a religião pouco tem importância em suas vidas e na realidade sócioeconômica-política de sua nação, não se pode negar o fato de que, semelhantemente aos E.U.A que ocupa atualmente o 13 lugar neste ranking, suas Constituições foram elaboradas baseadas em princípios e valores da ética Cristã e, consequentemente, nas práticas da moral Cristã, pois, não se enganem, ao longo da História da humanidade em todos os povos, culturas e civilizações, desde as tecnologicamente simples até as mais complexas, sempre o arquétipo, a inspiração, base e modelo da organização sócioeconômica-política está na concepção, entendimento e organização da instituição religiosa seja ela qual for, logo, sendo assim um reflexo de como se entende a origem e a forma de agir de um poder maior e o modo como este poder se relaciona com os seus liderados e como estes liderados devem se relacionar com ele e com os demais membros (cidadãos)!
- Seria muito bom que as grades curriculares brasileiras dos cursos de Ciências Sociais, Ciências Políticas e Ciências Jurídicas abordassem estes temas, isto é, as diferentes formas de sistemas de governo e de organização dos parlamentos das nações, e, que os profissionais em Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas assim como as Academias e demais instituições (OAB, Sindicatos, etc) iniciassem um movimento e processo de debate com a sociedade civil sobre estes temas, não é mesmo?
- Que tal, você, Cientista Social, Cientista Político ou Cientista Jurídico sair da sua área de conforto e inicar tal processo na sociedade brasileira? Lembrem-se que na sociedade brasileira vocês são pessoas priviliegiadas pelo acesso que tiveram a um curso de graduação e/ou pós-graduação e, assim, deveriam (em vez de apenas servirem como assessores de políticos, ou como comentaristas políticos que só aparecem em períodos eleitorais ou como pessoas que sonham e se aventuram em carreiras políticas) dar o retorno à sociedade brasileira pelo investimento realizado em vocês, pois os princípios formadores e a construção da cidadania política brasileira não é boa e o cenário político-partidário brasileiro há muito tempo aponta e demonstra a necessidade deste debate com a sociedade para que assim possamos de fato amadurecer como uma democracia plena! Este blog está aberto como um dos instrumentos para este debate e você pode fazer uso dele... Com você está o desafio de pegar a pena e escrever mais um capítulo no livro da História da Democracia e Cidadania Brasileira...

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