CIÊNCIAS SOCIAIS

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28 de jan. de 2011

EGÍPCIOS BURLAM CENSURA DO DITADOR À INTERNET E A REVOLTA CONTINUA SE ESPALHANDO CONTRA OS REGIMES TOTALITÁRIOS PELO MUNDO ÁRABE

Os milhares de manifestantes que nesta terça-feira foram às ruas do Egito protestar contra o regime de Hosni Mubarak aqueceram as redes sociais e conseguiram burlar o bloqueio imposto ao Facebook e Twitter.
As redes sociais foram fundamentais para articular os protestos dos opositores egípcios ao Governo de Mubarak, por isso as autoridades egípcias bloquearam alguns sites que emitiram os protestos ao vivo, como o Bambuser e os jornais digitais Dostor e Badil, informou nesta quarta-feira a Rede Árabe pelo direito à informação.
Esta plataforma, que defende a liberdade de informação, denunciou em comunicado que o Governo "deu mais um passo na repressão das liberdades civis".
"Além de atacar manifestantes que não faziam outra coisa além de utilizar o direito à liberdade de expressão - acrescentou -, bloqueou sites que cobriam os protestos".
A internet começou a ser um aliado dos egípcios contrários ao regime de Mubarak com as mobilizações de 6 de abril de 2008, quando uma greve geral foi convocada em protesto pela alta do preço dos alimentos e contra a gestão do presidente do Egito.
Desde então, se transformou em uma ferramenta fundamental para os opositores a Mubarak, que encontraram nos blogs e nas redes sociais uma plataforma de expressão que não tinham no país.
Apesar do bloqueio das redes sociais, os internautas encontraram formas de burlar a censura e trocaram impressões sobre a jornada anterior,além de convocar uma mobilização para esta quarta-feira através do Twitter.
"Ontem todos éramos tunisianos, hoje todos somos egípcios e amanhã todos seremos livres", dizia uma das mensagens mais divulgadas na rede social.
De todo o mundo choveram ofertas de pessoas com conhecimentos informáticos para realizar ataques aos sites do Governo egípcio e às páginas de companhias de telefonia celular, acusadas por internautas de terem cancelado números de telefone de alguns ativistas.
Soldados faziam sinais de vitória na noite desta sexta-feira dirigidos a milhares de manifestantes, que enfrentaram o toque de recolher imposto na capital egípcia e que, algumas horas antes, gritavam ainda a plenos pulmões: "o povo quer a queda do regime".
Mais de duas horas após a imposição do toque de recolher pelo presidente egípcio Hosni Mubarak, caminhões militares circulavam no centro da cidade do Cairo, perto da praça da Ópera, e militares acenavam para a população, recebendo aplausos.
Alguns populares chegaram até a subir nos tanques e policiais apertavam as mãos de manifestantes, constatou a AFP.
"Não sabemos ainda de que lado está o exército (...) Mas é verdade que respeitamos os militares", acrescentou um outro jovem que participava de passeata com milhares de outros no bairro Dokki, duas horas após a imposição do toque de recolher às 18h (16h GMT).
Os prédios e locais públicos estavam pichados com frases contra o governo. O fim das orações de sexta-feira soou como o início de uma maratona contra o poder, com milhares de pessoas tomando de assalto as ruas, em meio ao aplausos dos passantes, para exigir a saída do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos.
"Liberdade!", gritavam manifestantes, sob o olhar espantado de policiais de escudo e capacete perto da célebre mesquita al-Azhar, no bairro histórico de Khan al-Khalili.
Um pouco antes, na mesma praça da Ópera, dezenas de manifestantes retornarvam sangrando do local, depois de choques com a polícia. Num jovem, com o torso nu, podia-se ver os sinais do impacto das balas de borracha.
A sede do Partido Nacional Democrata (PND no poder) no centro do Cairo foi incendiada, segundo um fotógrafo da AFP.
FONTE: Terra Notícias

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