CIÊNCIAS SOCIAIS

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3 de fev. de 2011

AS REBELIÕES QUE ESTÃO ABALANDO O MUNDO ÁRABE E A GUERRA CIBERNÉTICA

As rebeliões que atingiram a Tunísia e fizeram o presidente Zine El Abidine Ben Ali deixar o poder em 14 de janeiro ainda estão abalando o mundo árabe, onde diversos líderes estão no poder há mais de 20 anos.
Egito
Em 25 de janeiro, teve início um protesto sem precedentes contra o regime do presidente Hosni Mubarak, no poder desde 1981. Na terça-feira passada, Mubarak disse que não tentaria a reeleição em setembro, e facilitou as condições para que candidatos rivais se candidatassem. Mas as concessões foram rejeitadas pela oposição, e a violência tomou conta da praça Tahrir, no Cairo, que foi palco de confrontos entre simpatizantes e opositores de Murarak. De acordo com dados da ONU, ao menos 300 morreram nos protestos.
Iêmen
Os protestos vêm aumentando desde meados de janeiro, exigindo a saída do presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder desde 1978. Nesta quinta-feira, milhares de manifestantes protestaram em Sanaa em um "dia de ira", pedindo a retirada de Saleh, enquando um número semelhante de apoiadores do governo invadiram a praça central. Na quarta-feira, Saleh disse que não estenderia seu mandato.
Jordânia
O rei Abdullah II, da Jordânia, que está no poder desde 1999, demitiu seu gabinete na terça-feira desta semana, depois de semanas de protestos, mas sua escolha para primeiro-ministro não satisfez as demandas por reformas da oposição islâmica. A rebelião começou em 14 de janeiro, quando milhares de jordanianos ocuparam as ruas de Amã e outras cidades em protesto contra o aumento dos preços dos alimentos, do desemprego e da pobreza. O principal partido de oposição convocou mais um dia de protestos na sexta-feira.
Síria
Na Síria, onde o presidente Bashar al-Assad está no poder desde 2000, um grupo de ativistas on-line convocou um "dia de ira" depois das orações semanais muçulmanas de sexta-feira para acabar com o que eles chamam de "corrupção e tirania". Em 29 de janeiro, forças de segurança impediram que jovens se reunissem nos arredores da embaixada egípcia em Damasco para expressar solidariedade às rebeliões no Egito.
Argélia
Na Argélia, onde o presidente Abdelaziz Bouteflika está no poder desde 1999, cinco dias de protestos no início de janeiro contra os altos preços resultaram em cinco mortos. Um protesto em prol da democracia está previsto para 12 de fevereiro, e foi banido pelas autoridades. Mas Bouteflika informou nesta quinta-feira que o proclamado estado de emergência, em vigor há 19 anos no país, será levantado "em um futuro próximo".
Sudão
O presidente sudanês, Omar al-Bashir, está no poder desde 1989. Descontentamentos políticos e econômicos provocaram protestos de rua esporádicos no norte do Sudão nas últimas semanas. Ao menos 64 foram presos e muitos ficaram feridos.
Omã
Em torno de 200 omanis protestaram em 17 de janeiro contra os altos preços e a corrupção. O sultão Qaboos está no poder desde 1970.
Mauritânia
O presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, tomou o poder em um golpe militar em agosto de 2008 e foi mais tarde eleito presidente em julho de 2009. Em meados de janeiro, milhares de pessoas protestaram em Nouakchott contra o aumento de preços.
Marrocos
No Marrocos, onde o rei Mohammed VI está no poder desde 1999, o governo, em meio aos protestos na Argélia e na Tunísia, informou em 25 de janeiro que manteria subsídios às necessidades básicas.
Protestos convulsionam o Egito:
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.
A guerra cibernética, como a travada contra o Irã no ano passado, oferece aos países avançados uma alternativa à força militar "horrível", disse o vice-primeiro-ministro de Israel, Dan Meridor, na quinta-feira.
"A guerra é horrível, terrivelmente horrível", disse Meridor a diplomatas e jornalistas presentes no Centro para Assuntos Públicos de Jerusalém.
"Nos tempos modernos, como a guerra está o tempo todo na televisão, as pessoas veem isso e não aguentam. Há limites. Há um preço que você paga."
E acrescentou: "Como é difícil, buscam-se outras formas. Uma dessas outras formas é a comunidade de inteligência do mundo todo tentando fazer coisas que não parecem tão horríveis, não matam pessoas."
Ele não quis falar sobre o misterioso vírus Stuxnet encontrado nas redes iranianas no ano passado, mas as declarações dele salientaram as dúvidas israelenses em se fazer uma ameaça velada para o uso da força contra o programa nuclear de seu arquiinimigo.
"E todo o mundo que não está na tela, o mundo cibernético... torna-se mais importante no conflito entre as nações. É um novo campo de batalhas, não com armas, mas com uma outra coisa", afirmou ele.
Meridor, que supervisiona os serviços de espionagem e os assuntos nucleares de Israel, afirmou que o país aprendeu com a cobertura de notícias e da censura do público aos seus conflitos com seus inimigos.
Nos últimos dois anos, as autoridades israelenses revelaram sem alarde capacidades cibernéticas que, segundo elas, são um pilar central da estratégia de defesa.
Elas também indicaram ter organizado campanhas de sabotagem para atrapalhar os projetos iranianos de enriquecimento de urânio e de mísseis, vistos por Israel como uma ameaça potencialmente mortal.
Embora Israel tenha a reputação de ser o único país do Oriente Médio com arsenal atômico, muitos analistas consideram as forças convencionais de Israel muito pequenas para infligir um dano duradouro às instalações nucleares iranianas, que estão distantes, espalhadas e bem protegidas.

FONTE: Terra Notícias

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